Domingo, 31 de Janeiro de 2010

Foram renovadas e ampliadas as instalações da Escola Primária desta freguesia. Apenas falta apetrechar as quatro salas com os indispensáveis móveis de forma a tornar eficiente, quanto é necessário, a missão das Exmas. Professoras e proporcionar aos alunos as devidas comodidades. Entretanto estes usufruem de maior espaço para recreios. (…)

Jornal de Lousada, 15/11/1975, p.2; Augusto Magalhães

 



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I - Definição

1 - Casa do Porto

 

2 - Proprietário/família

      

      Actual - João Maria Cabral Peixoto Magalhães

      Antigo - Alberto Porfírio Peixoto Fonseca.

      Apelido Antigo - Vilas - Boas

      Apelido Actual -Peixoto Magalhães109

 

3 - Localização

 

      Lugar - Porto

      Freguesia - Santa Margarida

      Concelho - Lousada

 

II - Classificação Formal

 

Casa com planta em L e capela

integrada à fachada principal, no

topo esquerdo.                                            

______________________________

109 - Apesar de até princípios do séc. XX ter prevalecido o nome Vilas-Boas. NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - o. c., p. 29.

1 - Relação entre ambas as construções

 

2 - Descrição (arquitectónica) dos edifícios

 

Em termos arquitectónicos é uma casa com planta em forma de L e capela integrada no topo esquerdo da fachada principal, fachada dividida, verticalmente, por pilastras, em três zonas, criando dois panos de parede simétricos que ladeiam um pano central. O frontispício, onde se abre uma portada moldurada com chave ao centro, é ladeada por duas janelas de peitoril gradeadas e no andar nobre, uma janela de sacada, com fecho, encimada por um painel côncavo que o une à cornija, é flanqueada por duas janelas de peitoril. No frontão ostenta a pedra de armas. O pano à direita, no rés-do-chão, mostra duas janelas de peitoril gradeadas, enquanto no primeiro andar exibe duas janelas de sacada. No rés-do-chão, no pano do lado esquerdo, lobrigam-se igualmente duas janelas de peitoril gradeadas e duas janelas de sacada no andar nobre.

No topo esquerdo desta fachada está a capela do Sagrado Coração de Maria. A sua fachada principal foi dividida, verticalmente, em três panos, por duas pilastras, vendo-se no primeiro pano, à esquerda, uma porta de cocheira moldurada. No primeiro andar, mostra uma janela de peitoril moldurada, no frontispício uma portada arquitravada com fecho e lintel curvilíneo encimada por uma janela de peitoril. O pano do lado direito, no rés-do-chão, apresenta uma pequena abertura moldurada, enquanto no primeiro andar se vê uma janela de peitoril. O frontão triangular coroa o pano central. Este é encimado por uma cruz granada e as pilastras são rematadas por fogaréus estriados. A fachada Norte exibe uma janela fixa e uma portada. Umas escadas de um só lanço conduzem ao interior da capela e a fachada Oeste é rusticada, ostentando uma abertura gradeada e envidraçada.

A fachada Oeste, da casa, está dividida em três corpos rectangulares, por duas pilastras, sendo o corpo central um “torreão” de três andares. No primeiro corpo, rebocado, à esquerda, existem quatro aberturas rectangulares, molduradas e gradeadas, estando duas delas tapadas com granito. No primeiro andar vêem-se cinco janelas de peitoril. O corpo central exibe, no rés-do-chão, duas aberturas molduradas e gradeadas; e no primeiro e segundo andar, há em cada um duas janelas de peitoril, enquanto no terceiro andar se vislumbra uma janela dupla de sacada, com alpendre. O terceiro corpo, à direita, apresenta, no rés-do-chão, cinco aberturas molduradas e gradeadas, e no primeiro andar evidencia cinco janelas de peitoril molduradas.

Na fachada Norte, existe uma portada ladeada por quatro aberturas quadrangulares, gradeadas, no rés-do-chão; e no primeiro andar, três janelas de peitoril.

A Fachada Este, do pátio interior, no rés-do-chão, à esquerda, apresenta uma escadaria de três lanços e dois braços - os primeiros degraus são comuns - com gradeamento. Pode ver-se, ao cimo desta, duas portadas e uma janela de peitoril, sendo de referir, ainda, à direita, no rés-do-chão, três portadas e uma janela de peitoril, gradeada. No primeiro andar existem seis janelas de peitoril, gradeadas e duas pequenas aberturas rectangulares envidraçadas, havendo mais uma grande janela de peitoril gradeada, todas molduradas. No segundo andar lobrigam-se três janelas de peitoril. O “torreão” exibe uma janela de peitoril gradeada e moldurada.

A fachada Norte, do pátio interior, exibe uma porta de cocheira, do lado direito; e no rés-do-chão vê-se uma porta moldurada e uma janela de peitoril. No primeiro andar ostenta quatro janelas de peitoril.

 

 

3 - Estado de conservação

 

É bom.

 

4 - Obras/Restauro

       (Datas e que obras foram feitas)

 

      Em 1995 a casa foi pintada exteriormente, procedeu-se ao restauro e conservação das janelas, do telhado, a Poente, e dos tectos. Durante todo o ano são executadas obras de manutenção.110

 

III - Elementos Iconográficos na construção

1 - Pedra de armas

      (Descrição)

 

      Foi mandada esculpir e colocar na Casa do Porto por Manuel Pinto Peixoto de Sousa Vilas-Boas.111 Está colocada na frontaria, no frontão. A época está devidamente datada: 1862.112 É de mármore.

 

______________________________

 

110 - Segundo o proprietário da casa do Porto, João Maria Cabral Peixoto Magalhães.

111 - NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - o. c., p. 27.

112 - NÓBREGA, Artur-Osório da - o. c., p. 26 - 2 7.

O escudo é francês moderno, acompanhado de elementos decorativos (volutas e flores estilizadas), que se estendem pelo frontão. Elmo, com a viseira descida, voltado de perfil para a direita, com virol e timbre.113

 

Escudo:

Composição: esquartelada.

Leitura:

 

I PEIXOTO (moderno)                                                                                    (1)

 

II PINTO                                                                                                          (2)

 

 III SOUSA, dito de Arronches                                                                        (3)

 

 IV VILAS-BOAS                                                                                           (4)

 

Timbre de PEIXOTO (moderno)

 

1) PEIXOTO (antigo): Xadrezado de ouro e de vermelho, de cinco peças em faixa e seis em pala; e PEIXOTO (moderno): xadrezado de ouro e de azul, de seis peças em faixa e sete em pala. Na pedra de armas temos um xadrezado de cinco peças em faixa e cinco em pala, com a cor azul indicada nas peças pares.

(2) Cinco crescentes. Cada crescente constituído por dois planos que formam entre si um ângulo diedro convexo, na pedra de armas.

(3) Esquartelado: o I e o IV com cinco escudetes postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes, e bordadura carregada de sete castelos, e um filete posto em contrabanda, brocante sobre tudo; o II e o III com uma quaderna de crescentes. Neste quartel do escudo: no I e no IV faltam a bordadura com os castelos e o filete em contrabanda; no II e no III temos uma flor de quatro pétalas, má interpretação da quaderna de crescentes. Este quartel de SOUSA (de Arronches) devia estar no I do esquartelado do escudo pelo privilégio que compete às Armas do Reino.

______________________________

113 - NÓBREGA, Artur-Osório da - o. c., p. 27.

 (4) Esquartelado: o I e o IV com um castelo tendo a torre do meio rematada por uma palma; o II e o III com um dragão volante. Faltam as palmas e os dragões estão voltados.

      (5) Um corvo-marinho com um peixe no bico.114

 

2 - Cronologia

      (Datas inseridas na construção)

Não tem.

 

IV - Outros dados históricos

 

      Segundo o proprietário desta casa, a fachada principal foi edificada, propositadamente, para nos seus salões receber o Rei D. Miguel, que por ironia do destino e da fortuna nunca chegou a vir a Lousada. Nela residiu o último Capitão-Mor de Lousada.

 

V - Situação da Casa

 

A Casa do Porto queda-se no meio de campos, da mesma quinta que lhe dá o nome, muito próxima da estrada nacional que liga Lousada a Felgueiras, na freguesia de Santa Margarida, a poucos metros da Igreja Paroquial. Acede-se por uma alameda em latada, em terra batida, até se encontrar um portal que permite a entrada para o terreiro da sua fachada principal. O portal é em “ferro forjado, (…) do século XIX, datado de 1862, formado por quatro folhas, sendo duas delas muito estreitas e fixas, além da sobreporta. [Apresenta] um friso inferior formado por “UUU” ligados costas com costas, com as pontas enroladas para dentro. A meio e a finalizar o portal temos frisos com meios “SSS” com as pontas enroladas para dentro ou para fora. As folhas são formadas por réguas e fitas finas, formando as fitas “VVV” invertidos com as pontas decoradas. A sobreporta é formada por uma faixa larga de formato rectangular e termina com um desenho que mais parece um arranjo floral. O friso inferior é formado por meios “SSS” com as pontas enroladas para dentro ou para fora, seguindo-se uma faixa larga com varas a formarem losangos, tendo no centro uma esfera, que termina com “UUU” ligados costas com costas, com as pontas enroladas para dentro. A parte superior da sobreporta tem o formato de um arranjo floral formado por meios “SSS” com as pontas enroladas para dentro ou para fora.

      Do ponto de vista arquitectónico temos duas colunas fasciculadas com meias colunas adossadas, em silharia, de fiadas regulares. No capitel verifica-se que faltam elementos decorativos.1 

 

______________________________

 

 

 

114 - NÓBREGA, Artur-Osório da - o. c., p. 27.

115 - OLIVEIRA, Rosa Maria - o. c., p. 63. 

                                                                                                                                               

VI - Fontes Primárias/Documentais

   Não encontradas.

VII - Bibliografia

 

- À Descoberta do Vale de Sousa-Rotas do Património Edificado e Cultural… 2ª Edição. Lousada: Editores Héstia. 2002.

- BATISTA, João Maria - Chorographia Moderna do Reino de Portugal. Lisboa: Typpograhia da Academia Real das Sciencias, vol. II. 1875.

- BARREIROS, G. Bonfim - Janelas Portuguesas. Porto: Livraria Galaica Depositária. [s/d].

- CARDOSO, P. Luís -  Dicionário Geográfico, ou Noticia Histórica de Todas as Cidades, Vilas, Lugares, e Aldeias, Rios, Ribeiras, e Serras dos Reinos de Portugal, e Algarve, com todas as coisas raras, que neles se encontram assim antigas, como modernas. Lisboa: Regia Oficina Sylviana, da Academia Real, Tomo II. MDCCLI

- Carta Militar de Portugal - Lisboa: Edição do Instituto Geográfico Do Exército. Escala 1: 25 000, Série M888, Penafiel, Folha 112, N.º 4. 1998.

- Casas de Sousa - Associação de Turismo no Espaço Rural do Vale de Sousa. Lousada: Terra de Sousa. Programa Leader II. [s/d].

- COSTA, P. António Carvalho da - Corografia Portugueza e Descripçam Topográfica do famoso Reyno de Portugal Com as Noticias das Fundações das cidades, Villas, e Lugares, que contem, varões ilustres, Genealogias das Famílias nobres, fundações de Conventos, Catálogos dos Bispos, antiguidades, maravilhas da natureza, edifícios, & outras curiosas observaçoens. Segunda Edição. Braga: Typographia Domingos Gonçalves Gouveia. 1868.

- D’ ALMEIDA, José Avelino - Diccionario Abreviado de Chorografia, Topografia, Archeologia das Cidades, Villas e Aldêas de Portugal. Valença: Typographia de V. de Moraes, vol. I, 1866.

- Dicionário Enciclopédico Das Freguesias - Lisboa: Edição da ANAFRE, 1996.

- Ecos - Porto: Edição da Direcção Geral de Apoio e Extensão Educativa, Coordenação Distrital do Porto, N.º 17. [s/d].

- História das Freguesias e Concelhos de Portugal - Lisboa: Edição do Jornal de Noticias e da Quidnovi, vol. 9. 2005.

- Jornadas Europeias de Património. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada, 2003.

- LOPES, Eduardo Teixeira - Lousada e as suas freguesias na Idade Média. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2004.

- Lousada - A Vila e o Concelho. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada, 1993.

- Lousada - Terra Prendada - Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 1996.

- Lousada (Subsídios para a sua Monografia) - Lousada: Coordenação Concelhia de Lousada, Direcção Geral Da Extensão Educativa. 1989.

- NÓBREGA, Vaz-Osório da - A Heráldica De Família No Concelho De Lousada. Aditamento a “Pedras de Armas do Concelho de Lousada” (1959). Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada, 1999.

- OLIVEIRA, Rosa Maria - Portões e Fontes do Concelho de Lousada. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2003.

- Planta topográfica. Escala: 1:2000. Lousada: Câmara Municipal de Lousada. 2005.

- Presidentes da Câmara Municipal de Lousada Desde 1838 até 1900. Lousada: Edição do Arquivo Histórico e Municipal de Lousada. 2003.

- Revista de Lousada 3 - Suplemento Ao Jornal Nº 321 TVS - Terras do Vale de Sousa - 5 de Março de 1991.

- SILVA, José Carlos Ribeiro da - As Capelas Públicas de Lousada. Seminário de Licenciatura em História-Variante Património. Universidade Portucalense Infante D. Henrique (Policopiada). 1997.

- VIEIRA, José Augusto - O Minho Pitoresco. 2ª Edição, Valença: Edição Rotary de Valença, Tomo II. 1987.

 

 



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I - Definição

 

1 - Casa De Pereiró

 

2 - Proprietário/família

      

      Actual - D. Margarida Maria Pereira Teixeira Lopes de Azevedo e Menezes

      Antigo - Manuel Elisiário Peixoto Teixeira Lopes

      Apelido -Teixeira Lopes

 

3 - Localização

 

      Lugar - Pereiró

      Freguesia - S. Lourenço de Pias

      Concelho - Lousada

 

 

II - Classificação Formal

 

 

É uma casa de pátio interior,

com capela integrada no topo

direito da fachada Este.

      

1 - Relação entre ambas as construções

             

2 - Descrição (arquitectónica) dos edifícios

 

O corpo da esquerda, na fachada principal, virada a Este, da Casa de Pereiró, no rés-do-chão, apresenta uma portada moldurada, com lintel curvilíneo e chave. No primeiro andar vê-se uma janela de sacada moldurada com lintel curvilíneo e fecho. Exibe, do lado direito, um azulejo azul e branco com a seguinte inscrição:“Sê Benvindo Nesta Casa/Se És Deveras Amigo/Então Abraça-me, Descansa/Senta-te À Mesa Comigo. /”

No corpo central patenteia duas portadas molduradas, com fecho. A portada, ao centro, é ladeada por quatro janelas de peitoril de lintel curvilíneo, molduradas (duas de cada lado).

A capela de S. José - uma tulha transformada em espaço de culto em 2002105 - ostenta um portal moldurado, com fecho, que rasga a fachada e exibe do seu lado direito uma pequena abertura rectangular, moldurada e gradeada. No tímpano exibe uma edícula moldurada onde está exposta a imagem de S. José. Coroando o frontão um campanário que encima uma cruz latina. As pilastras são rematadas por pináculos piramidais. A fachada norte é rusticada e no soco, do lado esquerdo, mostra uma abertura rectangular e gradeada.

A fachada Oeste, da casa, apresenta seis janelas de peitoril, gradeadas. Três chaminés sobrepujam o telhado, sendo que em meados do século XX só existia a maior.106

No rés-do-chão da fachada Oeste existe uma escadaria de um só lanço com uma grade simples e uma portada. O primeiro andar exibe uma janela de sacada com lintel curvilíneo com chave - um acrescento executado em 2002. O interior do pátio interno, na sua fachada Norte, apresenta uma escada metálica em caracol, duas janelas de peitoril. No primeiro andar, ao centro, vê-se uma portada ladeada por duas janelas de peitoril, exibindo do lado direito duas pequenas aberturas molduradas. A fachada Oeste mostra uma janela de peitoril, gradeada, com alpendre e quatro portadas. Na fachada Este existem duas portadas. Acede-se ao pátio fechado, a Norte, por uma porta de cocheira.

O rés-do-chão, da fachada Sul, apresenta uma portada e uma janela quadrangular, gradeada, enquanto no primeiro andar vislumbramos sete janelas de peitoril molduradas, com lintel curvilíneo e fecho. No segundo andar ostenta seis janelas de peitoril igualmente molduradas, com lintel curvilíneo e fecho.

 

 

3 - Estado de conservação

 

É muito bom.

 

4 - Obras/Restauro

       (Datas e que obras foram feitas)

 

 Em 1999 foi feito um grande restauro no exterior e interior. Só não foram remexidas as salas da casa principal e do andar nobre e as adegas. As antigas lojas, tulhas, celeiros, cortes das fachadas Oeste, Norte e Este foram totalmente restauradas e transformadas em áreas de lazer ou reaproveitadas para outro tipo de funções de ordem doméstica. Na fachada Oeste, uma zona que já era residencial, com quartos e cozinha foi melhorada, tornando-se mais funcional. O corpo principal da casa nobre, da zona residencial, não foi alterado, no que diz respeito ao seu interior. O seu exterior foi restaurado.

Na fachada Este, há um elemento arquitectónico importante que foi inserido: a Capela de S. José, datada de 2002.107

 

 

 

III - Elementos Iconográficos na construção

 

1 - Pedra de armas

      (Descrição)

 

Não tem.

 

2 - Cronologia

      (Datas inseridas na construção)

 

Uma pedra com a seguinte inscrição: 1756 estava na fachada Este e agora está adossada à fachada Norte. No lintel do alpendre da fachada Oeste encontra-se outra inscrição: 1817.

 

IV - Outros dados históricos

 

A casa era rusticada, mas foi rebocada e pintada de branco, tendo vindo a manter-se essa cor ao longo do tempo. Chegou a ser cinzenta.108

 

V - Situação da Casa

 

Fica situada a poucos quilómetros do centro da Vila de Lousada. Encontra-se perto da estrada nacional Lousada-Penafiel, no lugar que lhe dá o nome. Entra-se à direita, por uma alameda de tílias, em terra batida. Após poucos metros percorridos deparámos com a fachada principal da casa de Pereiró.

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104 - Segundo referiu a dona da Casa de Pereiró.

105 - Informação de D. Margarida Maria Pereira Teixeira Lopes de Azevedo e Menezes.

        106 - Assim o afirmou a proprietária desta residência e também o confirmam as fotografias. Cf. vol. I, p. 135 e p. 100 deste volume.

        107 - Todos estes dados tiveram como fonte a actual proprietária da casa de Pereiró.

108 - Segundo informação da proprietária desta casa.

 

VI - Fontes Primárias/Documentais

 

     - A. C. P. - 1950. Casa de Pereiró - Fachada Este. (Fotografia).

     - A. C. P. - 1950. Vista geral da Casa de Pereiró - Meados do século XX. (Fotografia).

     - A. C. P. - Estatutos Da Confraria Do Santíssimo Sacramento Na Igreja de São Lourenço das Pias Comarca de Penafiel deste Bispado do Porto. (Policopiado), MDCCXXXII.

 

VII - Bibliografia

 

   - À Descoberta do Vale de Sousa-Rotas do Património Edificado e Cultural…2ª Edição, Paços de Ferreira: Editores Héstia. 2002.

   - Agenda do Professor - Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2002.

   - BOAVENTURA, São - Saudades! Saudades! Lousada e os seus homens de há 40 anos. 1899 -1939. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 1997.

   - Carta Militar de Portugal - Lisboa: Edição do Instituto Geográfico do Exército. Escala 1: 25 000, Série M888, Penafiel, Folha 112, N.º 4. 1998.

   - Ecos - Porto: Edição da Direcção Geral de Apoio e Extensão Educativa -Coordenação Distrital do Porto, N. º 17. [s/d].

   - História das Freguesias e Concelhos de Portugal - Lisboa: Edição do Jornal de Notícias e da Quidnovi, vol. 9. 2005.

   - Jornadas Europeias de Património. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2003.

   - LOPES, Eduardo Teixeira - A minha avó Margarida (A. C. P.-Policopiado). 2003.

   - LOPES, Eduardo Teixeira - Lousada e as suas freguesias na Idade Média. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2004.

   - Lousada - Terra Prendada - Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 1996.

  - Lousada (Subsídios para a sua Monografia) - Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada, da Coordenação Concelhia de Lousada e da Direcção Geral Da Extensão Educativa. 1989.

  - O Nosso Concelho - Lousada. Lousada: Edição da Empresa Editora. 1998.

 - Planta topográfica. Escala: 1/2000. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2005.

 - Presidentes da Câmara Municipal de Lousada Desde 1838 até 1900. Lousada: Edição do Arquivo Histórico e Municipal de Lousada, 2003.

- SILVA, José Carlos Ribeiro da - As Capelas Públicas de Lousada. Seminário de Licenciatura em História-Variante Património. Universidade Portucalense Infante D. Henrique (Policopiada). 1997.

- VIEIRA, José Augusto - O Minho Pitoresco, 2ª Edição, Valença: Edição Rotary de Valença, Tomo II, 1987.

 



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Nunca o 31 de Janeiro foi tão solene em Portugal. É bom recordar que também foi trágico nos idos de 1891, na cidade do Porto.

Os Republicanos estavam disseminados por todo o lado e em todas as instituições do reino. A Monarquia encontrava-se exangue.

Em Lousada também os havia, em vários quadrantes da sociedade. Exemplo concreto era o padre Francisco Peixoto, abade de Covas. E disso nos dá nota o vetusto Jornal de Lousada.

 

No Jornal de Lousada, de 22 de Outubro de 1911, p.1 e n.º 220, o abade de Sousela diz que: « consta que a susceptibilidade nervosa, feminina, do meu sempre estimado vizinho anda muito irritada por causa dos republicanos haverem faltado à conhecida promessa de o fazerem bispo quando subissem ao poder. D’ahi a sua novíssima evolução para monarchico ferrenho, d’ahi supor-se alvejado pelo epitheto de bispinho». O padre de Covas respondia a 29 de Outubro de 1911, no Jornal de Lousada, afirmando que «...o artigo do Sr. padre Cunha acêrca das pensões, dividido em quatro partes por meio de astéricos, se não se pode afirmar que é uma epopeia, é um  poema, sob certo ponto de vista.

 Tudo como se vê, grandezas! Grandezas.... eu nunca pedi a republicano favores de qualidade    alguma,..., que sou, de motu próprio, republicano, anterior ao 31 de Janeiro, por convicções hauridas em alguns livros da nossa história,..., que desde que sahiu a lei da separação, vendo que essa lei se propõe a oppressão dos catholicos e a extirpação do sentimento religioso,..., a tenho combatido..., por entender que ella é um mal para a sociedade e para a pátria portuguesa, que , enfim, é falsa e falssissima a minha evolução para monarchico, como sua Rv.m.ª affirma.».

Mas já a 15 de Outubro de 1911. O abade de Covas, na primeira página do Jornal de Lousada se sentia enxovalhado, já que o padre Cunha de Sousela o «.. calunnia e insulta injustamente os seus colegas em geral, e a mim talvez em particular.».

A 5 de Novembro de 19911 a redacção do J.L. termina com o espectáculo ao afirmar que «...o Reverendo Parocho de Covas é um dos raros republicanos históricos d’este concelho, tendo até bastante soffrido pela causa da Republica. Effectivamente, por ocasião da malograda revolta de 31 de Janeiro, contra aquelle nosso amigo foi passada ordem de prisão que, se não chegou a realisar-se, foi devido à benevolência das autoridades locaes. Este facto é sufficiente a comprovar os seus sentimentos republicanos.” Ontem como hoje não é fácil dizer NÃO, não é fácil fazer cumprir a democracia.

 



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Sábado, 23 de Janeiro de 2010

I - Definição

 

1 - Casa do Outeiro

 

2 - Proprietário/família

      

      Actual - Carlos Costa Lima de Sousa Guedes

      Antigo - Manuel Casimiro de Castro Sousa Guedes

      Apelido - Sousa Guedes

 

3 - Localização.

 

      Lugar - Outeiro

      Freguesia - Nogueira

      Concelho - Lousada

 

II - Classificação Formal

              

 Casa em L com capela adossada ao topo esquerdo da fachada Este, com pátio interior.                  

1 - Relação entre ambas as construções    

    

2-Descrição (arquitectónica) dos edifícios

 

A casa do Outeiro apresenta uma configuração arquitectónica muito curiosa. A construção primitiva assemelha-se a um trapézio com um pátio interior, formando posteriormente uma planta em L quando liga a fachada Este à capela. A casa está adossada à casa de Além.

As fachadas Norte e Este (exteriores) só parcialmente se vêem. São rebocadas e o telhado sobrepuja a cornija. Na fachada Norte, no rés-do-chão, vê-se uma abertura moldurada e gradeada. O primeiro andar exibe uma janela de peitoril com lintel curvilíneo, moldurada. Uma pilastra adossa o canto do pano da parede da fachada Oeste e Sul. Apresentam duas janelas de peitoris, molduradas com lintéis curvilíneos.

No rés-do-chão, do lado do terreiro, existem duas portadas e duas janelas de peitoril. No primeiro andar, vêem-se três janelas de peitoril molduradas e duas janelas de sacada molduradas.

A fachada Este, da primitiva construção, é rasgada, no rés-do-chão, por uma portada moldurada com chave ao centro; e esta é ladeada por seis janelas molduradas, com grade à espanhola, apresentando no primeiro andar duas janelas de sacada molduradas, flanqueadas por quatro janelas de peitoril (uma janela de sacada/duas janelas de peitoril; uma janela de sacada/duas janelas de peitoril), também molduradas.

Na fachada Sul, no rés-do-chão, vislumbram-se duas janelas de peitoril, molduradas, com grades à espanhola, quatro portadas molduradas, uma portada de cocheira e três aberturas rectangulares gradeadas. Existe ainda uma pequena abertura vertical e uma porta em madeira. Ao centro exibe uma escadaria de quatro lanços e dois braços, sendo os primeiros degraus semicirculares. As pequenas colunas, da escadaria, exibem volutas esculpidas e terminam em fogaréus. No pano da parede, desta escadaria, de ambos os lados, há uma porta moldurada, e, lateralmente, mostra uma abertura na vertical. 

No andar nobre, ao centro, ostenta um portal moldurado com chave sobrepujado por um frontão hexagonal. No corpo principal, à direita da torre, num ritmo certo, a ladear o portal moldurado, duas janelas de sacada (uma de cada lado) e quatro janelas de peitoril molduradas (duas de cada lado da janela de sacada.). A torre mostra três janelas de peitoril, molduradas. Esta ostenta o brasão com as armas de S. Francisco e as gárgulas.

 A fachada Este, da construção primitiva, no rés-do-chão, exibe seis janelas de peitoril molduradas e gradeadas, ao centro um portal moldurado, apresentando no primeiro andar três janelas de sacada e quatro janelas de peitoril molduradas. A fachada Norte encontra-se em mau estado de conservação. A vegetação, as plantas e as árvores de fruto, não permitem uma leitura muito correcta dos seus elementos arquitectónicos. É de junta tomada, com o telhado a sobrepujar directamente a parede e exibe uma janela de batente e envidraçada. Num outro pano, quase tapado pela vegetação, podemos distinguir duas aberturas rectangulares gradeadas.

A capela da casa do Outeiro tem como invocação S. Francisco e foi mandada edificar em mil setecentos e sessenta e nove93 por Bernardo José de Castro Meireles e sua mulher, Joana Casimira da Conceição. A fachada principal, virada a Oeste, apresenta um portal moldurado com lintel curvilíneo e frontão interrompido. No tímpano deparámos com um óculo em forma de quadrifólio moldurado e gradeado. O frontão é coroado por uma cruz octogonal, sendo as pilastras rematadas por pirâmides quadrangulares. Há ainda, do lado da sacristia, uma pequena janela moldurada, gradeada e envidraçada. A fachada Sul patenteia uma janela moldurada, gradeada e envidraçada, enquanto que na fachada Norte há uma portada de madeira. Nas fachadas Sul, Norte e Este, existem painéis de azulejos com a imagem de S. Francisco, em tom azul e branco. A fachada Este, ao centro, exibe uma edícula em forma de concha côncava com uma base semicircular onde está colocada a imagem de S. Francisco que sobrepuja um ornato rectangular, moldurado, com a seguinte inscrição: “PAY ET BONUM”. A cruz que coroa a empena é latina.

 

3 - Estado de conservação

 

É bom.

 

4 - Obras/Restauro

       (Datas e que obras foram feitas)

 

A ala esquerda 94 foi construída no segundo decénio do séc. XX e uniu o edifício principal à capela, pois esta estava separada da edificação primitiva. Foi o pai do actual proprietário que mandou executar estes acrescentos.

 

III - Elementos Iconográficos na construção

 

1 - Pedra de armas

      (Descrição)

 

Na torre, encontra-se adossada a pedras de arma de S. Francisco de Assis: As mãos cruzadas, simbolizam a paz e bondade: PAX DE BONUM - e um feto.

 

 

 

                                                                                                                              

2 - Cronologia

      (Datas inseridas na construção)

 

Não tem.

 

IV - Outros dados históricos

 

A primitiva construção situa-se a Norte. O último Abade do mosteiro de Bustelo, que viveu nesta casa e aqui faleceu em 1851, Frei José de Sam Joaquim de Castro Freire de Meireles mandou edificar a fachada Sul e a escadaria95. A capela do Outeiro, ou de S. Francisco, foi construída em 1769.96  A dez de Março de 1768, Bernardo José de Castro Freire Meireles e sua mulher fazem uma escritura de doação - o dote de Património da capela da casa do Outeiro. As fontes primárias referem que esta capela teria sido construída em 1769, dado que a petição foi feita a dez de Agosto do referido ano ao Arcebispado de Braga97  e a doação de Património foi executada a dez de Março do dito ano.98

 

 

________________________________

 

93 - “ (…) para que se posa erigir a ditta cappella que sera em sitio e como dado licença e izento de çeruidoens, o qual se fara com toda a perfeiçaó deuida com a portta prençippal para a publico sem ter alguma nem frestta para caza por tinta, e finda que seja e concluida de tudo neseçario (…). A.D.B., Registo Geral, Livro n.º188, 1768, fl. 303v.

94 - Informação do proprietário da casa do Outeiro. Cf. Presidentes da Câmara de Lousada Desde de 1838 até 1900 - Lousada: Edição Arquivo Municipal de Lousada, 2003, p. 25.

95 - Presidentes da Câmara de Lousada Desde de 1838 até 1900, p. 25.

96 -“ Diz, Bernardo Joze de Castro de Freyre de Meyrellles morador na sua quintta doouteiro freguezia de Santa Christina de Nogueyra vezita de Souza e Ferreyra destte Arcebyspado Primaz que para euitar os encomodos que padacem e mais sua familia para hirem sempre dumingo a missa a Igreja Parrochial que bastantemente fica diztante por entender fazer huma capella em lugar publico com a invocaçao de Sam Francisco para na mesma poder o supplicante ouuir missa com a sua família pois no tempo do inverno por cauza das muntas agoaz que correm, semaó pode pasar sem gram encomodo da qual se podem também adiministrar os sacramentos aoz enfermos, veulhos e empregados do lugar e uezinhos que constta de muyttoz fogos.” A.D.P., Secção Notarial, Po-1,1ª Série, Livro n.º 32, 1768, fl. 25.

A dezassete de Dezembro de mil setecentos e sessenta e oito foi solicitado o pedido para se poder realizar a vedoria às leiras de Sub-Rego, Lamoso e dos Pombais, leiras estas que dotavam a capela do Outeiro.99 A 22 de Dezembro desse ano é feita a vedoria.100 Os louvados desta vedoria foram Jerónimo Nunes Neto, lavrador, do lugar da Fonte e José Ribeiro, de Recemonde.101 No dia dezassete de Abril de 1769 é pedida a licença para erigir a capela da casa do Outeiro,102 que foi concedia  a 21 desse mês e ano.103

________________________________

 

97 - A.D.B., Registo Geral, Livro n.º188, 1768, fl. 295.

98 - “ (…) pertendiam fazer huma capella no lugar do outeiro defronte da zua quinta aonde rezidem com a invocaçam de Sam Francizco e para haver de lhe fazer a zua fabrica e Patrimonio por elle foi ditto quue lhes davam dotaçam, e doaçam â ditta capella a sua leira de Subrego (…). Como também a leira do Lamoso que rende setenta mil reis, (…). Como também a leira do Pombaez porque rende cada hum anno liure do dizimo a meias (…), sam juntoz dittos quattrocentos e sesenta e douz mil reiz, e somam os rendimentos todos juntos outto mil e cem reis que assim foi aualiado por louvados ajuramenttados (…) (…). A.D.B., Registo Geral, Livro n.º188, 1768, fl. 295.

99 - “ (…) Requeiro se passe a ditta do estillo e ordem para o Reverendo Parocho proceder a vedoria medisam, e apegaçam das leyras doadaz para a fabrica da capellla. (…) Como tambem seo sitio em que a capella se pertende fazer digo fundar liure e izenta de servidoens para a fundadaçam. (…)”.- A.D.B., Registo Geral, Livro n.º188, 1768, fls. 298v.

100 - “ (…) se achaua huma certidam do Reverendo Parocho dipoys de proceder a vedoria mediçaó e apegaçam daz terras doadas da quaes por seu theor fhormal hé dever documentar o seguinte: - Eu o Padre Manoel Antonio vigário da Parrochial igreja de Santa Christina de Nogueira da terça parte da vezita de Souza e Ferreyra deztte Arcçesbispado de Braga Primaz certifico e faço çertto que aoz uinte i sette diaz do mez de marco do ano de mil setecenttos e sesenta e nove (…) das dittas propriedades mençionadas nestte edital nem eu sey impedimento algum mais que pagarem os dittos dottadores hum quarto de pam anualmentte de senço terrado a Manoel Henriques Peixotto morador na quinta do Portto freguezia de Santa Margarida.” A.D.B., Registo Geral, Livro n.º188, 1768, fls. 299.

101 - “Item a leyra du Sobre Rego (…) a qual medida pello meyo tem de comprido do nascente ao puente sesenta e seis uaras e de largo de norte a sul medida do nascentte tem dezoyto uaras e medida no mesmo meyo largo tem dez, norte a sul, dezasette uaras, e medida no lado puentte com du Nortte o Sul cinco varas de largo (…)” A leira do Lamoso “ (…) que tem de comprido de nascentte ao puentte sesentta e sinco uaras medida pello meyo e de largo do nortte a sul na cabeça do nascentte tem nove uaras e meyas e medyda ao meyo tem de largo de nortte a sul quartoze varaz em yaz e medyda na cabeça do puente tem de largo de nortea sul treze uaras. (…)” E a leira dos pombais “ (…) que tem de comprido de nascentte a puentte sesentta e duas uaras e do norte a sul medida na cabeça do nascentte de largo doze varas e medida pello meyo tem de nortte a sul dezoitto uaras e medida du nortte a sul na cabeça du poente tem de largo vinte e doas uaras.” A.D.B., Registo Geral, Livro n.º 188, 1768, fls. 300 a 301.

V - Situação da Casa

 

 

Quem chega ao centro da Vila de Lousada e ruma a Felgueiras, percorre pouco mais de mil metros e vira direita, em direcção a Nogueira. Anda pouco mais de cinquenta metros, toma novamente a direita e em poucos minutos encontra a casa do Outeiro. Depara-se com a capela de S. Francisco adossada à fachada Oeste e à esquerda o portal de acesso ao largo terreiro da casa. A entrada faz-se por este portal, do séc. XVI, de granito, em que a técnica utilizada foi a de silharia, de fiadas regulares. O portão é de madeira, com moldura de granito, em cantaria, e termina com um frontão encimado por dois pináculos pontiagudos.104

 

________________________________

 

102 - (…) se defira a licença para a fundaçaó  da capella com declaracam questta se farã emsitio acomoodado para a mesma fundaçam (…). A.D.B., Registo Geral, Livro n.º 188, 1768, fls. 303.

103 - “ (…) concedo licença ao ditto suplicante para que se possa erigir a ditta capella que sera e em sitio e como dado licença eccrespto de cervydoens a qual sejam contadas a perfeiçaó de uidas com a portta prençipal para o publico sem ter alguma nem frestta para caza particular, que seja concluída de todo o neçassario, (…).”A.D.B., Registo Geral, Livro n.º 188, 1768, fls. 303.

104 - OLIVEIRA, Rosa Maria - o. c.,p. 117.

VI - Fontes Primárias/Documentais

 

            - A. C. O. - Edícula em forma de concha com a imagemde S. Francisco. (Fotografia).

- A.D.B., Registo Geral, Livro n.º188, 1768, fls. 295 a 304.

- A.D.P., Secção Notarial, Po-1,1ª série, 1768, fl. 25 a 26.

 

VII - Bibliografia

 

- À Descoberta do Vale de Sousa - Rotas do Património Edificado e Cultural… 2ª Edição, Lousada: Editores Héstia. 2002.

- Agenda do Professor - Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada, 2002.

- BATISTA, João Maria - Chorographia Moderna do Reino de Portugal. Lisboa: Typographia da Academia Real das Sciencias, vol. II, 1875.

- CARDOSO, P. Luís - Dicionário Geográfico, ou Noticia Histórica de Todas as Cidades, Vilas, Lugares, e Aldeias, Rios, Ribeiras, e Serras dos Reinos de Portugal, e Algarve, com todas as coisas raras, que neles se encontram assim antigas, como modernas. Braga: Regia Oficina Sylviana, da Academia Real, Tomo II. MDCCLI

- Carta Militar de Portugal - Lisboa: Edição do Instituto Geográfico do Exército. Escala 1: 25 000, Série M888, Penafiel, Folha 112, N.º 4. 1998.

- COSTA, António Carvalho da - Corografia Portugueza e Descripçam Topográfica do famoso Reyno de Portugal Com as Noticias das Fundações das Cidades, Villas, e Lugares, que contem, varões ilustres, Genealogias das Famílias nobres, fundações de Conventos, Catálogos dos Bispos, antiguidades, maravilhas da natureza, edifícios, & outras curiosas observaçoens. Segunda Edição, Braga: Typographia Domingos Gonçalves Gouveia. 1868.

- D’ ALMEIDA, José Avelino - Diccionario Abreviado de Chorografia, Topografia, Archeologia das Cidades, Villas e Aldêas de Portugal. Valença: Typographia de V. de Moraes. vol. I. 1866.

- Dicionário Enciclopédico Das Freguesias - Lisboa: Edição da ANAFRE. 1996.

- Ecos - Porto: Edição da Direcção Geral de Apoio e Extensão Educativa - Coordenação Distrital do Porto,  N.º 17. [s/d].

- FERREIRA, Damião Vellozo; SOUSA, D. Gonçalo de Vasconcelos - Os Fundadores do Club Portuense e a sua Descendência. Porto: Edição Lelo § Irmão. 1995.

- História das Freguesias e Concelhos de Portugal - Lisboa: Edição do Jornal de Noticias e da Quidnovi, vol. 9. 2005.

- Jornadas Europeias de Património. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2003.

- LOPES, Eduardo Teixeira - Lousada e as suas freguesias na Idade Média. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2004.

- Lousada - A Vila e o Concelho. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 1993.

- Lousada -Terra Prendada - Lousada: Edição Câmara de Lousada. 1996

- Lousada (Subsídios para a sua Monografia) - Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada, da Coordenação Concelhia de Lousada e da Direcção Geral Da Extensão Educativa. 1989.

- NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - A Heráldica De Família No Concelho De Lousada. Aditamento a “Pedras de Armas do Concelho de Lousada” (1959). Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 1999.

- NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - Pedras De Armas Do Concelho De Lousada (Heráldica De Família). Porto: Edição Junta De Província Do Douro Litoral. 1959.

- OLIVEIRA, Rosa Maria - Portões e Fontes do Concelho de Lousada. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2003.

- O Nosso Concelho - Lousada. Lisboa: Edição da Empresa Editora. 1998.

- Planta topográfica. Escala: 1/2000 Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2005.

- PORTO - Do nome de Portugal. Porto: Edição Governo Civil do Porto, 1992

- Presidentes da Câmara Municipal de Lousada Desde 1838 até 1900. Lousada: Edição do Arquivo Histórico e Municipal de Lousada. 2003.

- Revista Portugal Local - Lousada Terra Singela Como A Flor do Linho, N.º 5, [s/l]: [s/e]. 1996.

- VIEIRA, José Augusto - O Minho Pitoresco. 2ª Edição, Valença: Edição Rotary de Valença, Tomo II. 1987.

 

SILVA, José Carlos Ribeiro da - In Tese de Mestrado: A Casa Nobre no Concelho de Lousada,FLUP,  2007 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                          

 

 



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I -Definição

 

1 - Casa da Lama

 

2 - Proprietário/família

 

      Actual - Coronel Augusto Cândido Pinto Coelho Soares de Moura

      Antigo - Augusto Pinto Coelho Soares de Moura

      Apelido - Soares de Moura

 

3 - Localização

 

      Lugar - Lama

      Freguesia - Lodares

      Concelho - Lousada

 

 

II - Classificação Formal

       

 Casa de planta quadrangular

com capela no topo esquerdo da

fachada  principal.                                                               

 

1 - Relação entre ambas as construções 

 

2 - Descrição (arquitectónica) dos edifícios

 

O corpo principal, virado a Este, da casa da Lama é ladeado à esquerda pela capela,76 que lhe foi adossada posteriormente e por um “torreão rectangular,” à direita. No andar térreo podem ver-se quatro frestas molduradas com varões em ferro, na horizontal. A escadaria é de um só lanço.

No andar nobre, ao centro, deparámos com uma tripla portada moldurada, flanqueada por quatro janelas de sacada, duas de cada lado, todas molduradas que sobrepujam cachorrada.77  No torreão, no primeiro andar, uma janela de sacada, ladeada por duas janelas de peitoril, apresentando no segundo andar exactamente o mesmo ritmo e o mesmo número de janelas.

 

 

________________________________      

 

76 - Edificada em 1777 pelo Dr. Manuel Joaquim Pinto Coelho e sua mulher Dona Joana Luísa de S. José Soares Moreira, então propritários desta casa. Foi dotada do “ (…) lameiro chamado de Sá digo o seu cito lameiro de fora cito no lugar de Sá da freguezia de S. Vicente de Boim deste concelho de Louzada Bispado (…). E porcoanto tem sua cappella feita e prepparada no lugar e quinta da Lama da freguezia de Santa Marinha (…) que fica sendo o mesmo doador e seus vindouros os herdeiros senhores da caza e quinta da Lama a coal doaçaõ e dotte lhes fazem livre de hepotecas encargos e obrigaçoes e rezervas, no dito lameiro de erdade dezimo a Deos. (…).”A.D. P., Secção Notarial, Po-1, Livro n.º 43, 1777, fl. 120 a 121.

 

      A capela, na fachada principal, exibe um portal arquitravado, com cornija e painel superior, coroado por uma pedra de armas.78 No tímpano ostenta um óculo moldurado em forma de quadrifólio. O frontão é formado por duas volutas e tem a coroá-lo um pedestal quadrangular que é encimado por uma cruz octogonal. Na pilastra esquerda ostenta uma sineta incrustada. A fachada Sul mostra uma janela, com vitral, um portal e um azulejo com uma inscrição: MDCCCXXXI.79 A pilastra da capela é rematada por um pináculo pontiagudo. A empena da fachada Oeste é sobrepujada por uma cruz de trevo que tem por base um pedestal quadrangular.

      Na fachada Sul, no segundo andar, vislumbram-se duas janelas de peitoril molduradas. O rés-do-chão, da fachada Oeste, é constituído por duas portadas de madeira; e no primeiro andar lobrigam-se duas janelas de peitoril e uma janela de luzerna, gradeada, enquanto na mansarda se vêem duas pequenas luzernas gradeadas.

      As colunas do rés-do-chão, no alpendre, são quadrangulares, pois suportam um maior peso do que as do primeiro andar. São seis no rés-do-chão e em igual número no primeiro andar. Existe uma porta que permite o acesso ao seu interior, um lambril de azulejos, um painel de azulejo com o desenho do próprio edifício e duas janelas de peitoril molduradas e gradeadas. 80

      Na fachada Norte, no rés-do-chão, exibe uma porta e três janelas de peitoril molduradas, e no primeiro andar, podemos ver quatro janelas de peitoril molduradas. No topo esquerdo mostra um pequeno alpendre constituído por duas colunas, com escadaria de um só lanço e muro com uma voluta. O cachorro que ali foi adossado é proveniente do muro desta quinta.81

      Defronte da fachada Oeste encontra-se um pequeno edifício82 com alpendre, que é sustentado por quatro colunas. No rés-do-chão, à direita, acham-se seis janelas de peitoril gradeadas. E no primeiro andar vemos duas janelas de peitoril. Incrustado à fachada está um relógio de sol com a seguinte inscrição: 1717. A mesma que se encontra no lintel da janela de um quarto da casa da Lama. 83

 

________________________________

 

77 - São muito semelhantes aos que aparecem em algumas casas da cidade de Penafiel e do Porto. Os cachorros que estão aplicados no alpendre da fachada Sul e no interior da casa saíram do muro da quinta e fizeram parte da construção primitiva da mesma, segundo informações do senhor da casa.

78 - O Coronel Soares de Moura informou que em 1980 esta Pedra de Armas foi esculpida pelo mestre pedreiro João Sousa, do lugar de Roupar, freguesia de Lodares e concelho de Lousada. O custo da obra ascendeu aos cem mil escudos.

 

3 - Estado de conservação

 

        Muito bom.

 

 

4 - Obras/Restauro

      (Datas e que obras foram feitas)

 

       

Em 1770 foi edificada a capela com a invocação de Santa Ana84 e em 1800 a casa primitiva é completamente reconstruída ao gosto e estilo da época, sendo a escadaria da fachada principal um acrescento de raiz. As grades das sacadas também são desta altura. O painel de azulejo colocado na fachada Sul da capela patenteia uma inscrição: 1831. Em 1930 foram colocados os portões, gradeamento e muros do jardim - um desenho de D. Maria Alice Castro Neves Pinto Garcês, que os mandou executar.85 No ano de 1967 o alpendre da fachada norte, a cozinha exterior, o alambique e a corte dos porcos foram derrubados, sendo o gradeamento das sacadas da fachada principal colocado em 1970. A grade da escadaria é colocada em 1975, o alpendre da fachada Oeste é restaurado e os pináculos do portal da entrada principal são colocados.

As cornijas das fachadas Este e Oeste são reconstruídas em 1976, é colocado um telhado novo e a sacristia que fazia parte da capela foi demolida para permitir um melhor acesso à casa.

Em 1980 o mestre pedreiro João Sousa, do lugar de Roupar, da freguesia de Lodares, do concelho de Lousada, esculpiu a Pedra de Armas que está cravada na frontaria da capela de Santa Ana. O custo da mesma ascendeu aos cem mil escudos. A voluta do alpendre Norte foi colocada em 2002 e os cachorros são originários do muro desta quinta - presume-se que são da primitiva Casa da Lama.86                 

________________________________

 

79 - A. H. M. L. - “Escritura de contrato de aceitação de legado, que fizeram os Oficiais da Confraria do santíssimo Sacramento de Santa Marinha, com Meritíssimo Reverendo Francisco de Moura Pinto Coelho, da Lama.” Livro de Legados. 1831, fl. 11.

80 - Local da antiga porta principal de entrada da casa da Lama, está colocada na fachada Oeste. É uma porta de grande espessura, toda chapeada e muito pesada. Informação do Coronel Soares de Moura, Senhor da Casa da Lama.

81 - Informação do proprietário da Casa e Quinta da Lama.

82 - Local onde se encontra o lagar e outros anexos.

83 - Segundo o Coronel Soares de Moura, proprietário da Casa e Quinta da Lama.

 

III - Elementos Iconográficos na construção

 

1 - Pedra de armas

      (Descrição)

 

      É um brasão em granito. Escudo peninsular. Elmo gradeado, voltado de perfil para a direita. O escudo encontra-se ladeado por dois motivos decorativos idênticos.87         

  

  Escudo:

                 Composição: partida

               

                 Leitura:

                                    I      Matos          (1) Um pinheiro arrancado, sustido por dois leões afrontados.

                                    II     Moura         (2) Sete castelos postos 1, 2, 1, 2 e 1 esculpiram-se sete torres.

                

 

                Diferença: uma meia brica.

                 

      A pedra de armas foi mandada esculpir e colocar na frontaria da capela pelo proprietário da Casa da Lama e serviu-lhe de modelo o brasão pintado no tecto da sala da autoria de sua mãe, D. Maria Alice Pinto Garcês, em 1934.88

                                                

                                                                                              

________________________________

84 - “Em nome de Deos amem saibaõ coantos este publico instromento de doaçaõ para patrimonio de cappella, que digo de cappella feita, na milhor forma e via de direito que lugar haja e valler para a virem que no anno do nascimento de Nosso Senhor Jessus Christo de mil setecentos setenta e sete annos aos hun dias do mes de Dezembro do dito anno em o lugar e quinta da Lama da freguezia de Santa Marinha deste concelho de Louzada (…).”A.D. P., Secção Notarial, P o -1, Livro n.º 43, 1777, fl. 120.

 

 

2 - Cronologia

      (Datas inseridas na construção)   

 

Na fachada Sul da capela - No painel de azulejo: MDCCCXXXI.

 

IV - Outros dados históricos

 

      A primitiva Casa da Lama foi construída no séc. XVII, na Lama Velha-um lameiro que fica a uns quinhentos metros da actual Casa da Lama.89 O actual edifício pode ser datado entre o século XVII e XVIII. No lintel de uma janela de um dos quartos pode ver-se uma inscrição: 1717. Num muro da quinta encontram-se vários elementos arquitectónicos que faziam parte da primitiva residência. Elementos que o actual proprietário tem feito aproveitamento.90

 

 

V - Situação da Casa

 

      A Casa da Lama está situada junto à estrada nacional. Acede-se por um portal de ferro forjado que se localiza à esquerda da capela e por outros dois que se situam do lado direito. É um portal constituído por quatro colunas adossadas e encimadas por pináculos pontiagudos que datam de 1988.91 Os laterais estão mais baixos que os centrais, e a técnica utilizada foi a de silharia, de aparelho regular. A parede entre as colunas é de cimento pintado de branco. 92

 

 

 

 

________________________________

 

85 - OLIVEIRA, Rosa Maria - o. c. , p. 59.

86 - Segundo informações do proprietário da casa da Lama.

87 - NÓBREGA, Artur Vaz - Osório da - o.c., p. 164.

88 - NÓBREGA, Artur Vaz - Osório da - o.c., p. 164.

89 - Informação do Coronel Soares de Moura.

90 - Segundo o proprietário da Casa da Lama.

91 - Foram mandados colocar pelo actual proprietário. OLIVEIRA, Rosa - o. c, p.58.

92 - OLIVEIRA, Rosa - o. c, p.58.

 

VI - Fontes Primárias/Documentais

 

- A.D. P., Secção Notarial, Po-1, Livro n.º 43, 1777, fl. 120 a 122.

- A. H. M. L.-“Escritura de contrato de aceitação de legado, que fizeram os Oficiais da Confraria do santíssimo Sacramento de Santa Marinha, com Meritíssimo Reverendo Francisco de Moura Pinto Coelho, da Lama.” Livro de Legados. 1831, fl. 11.

- A. C. L. [s/d]. Casa da Lama, antes do restauro de 1976. (Fotografia).

      - A. C. L. Planta da Casa da Lama. Escala 1: 100, 1976. (Fotografia).

  

VII-Bibliografia

 

- À Descoberta do Vale de Sousa - Rotas do Património Edificado e Cultural… (2ª Edição). Paços de Ferreira: Editores Héstia. 2002.

- Carta Militar de Portugal - Lisboa: Edição do Instituto Geográfico Do Exército. Escala 1: 25 000, Série M888, Penafiel, Folha 112, N.º 4. 1998.

- Ecos - Porto: Edição da Direcção Geral de Apoio e Extensão Educativa - Coordenação Distrital do Porto, N.º 17. [s/d].

- História das Freguesias e Concelhos de Portugal - Lisboa: Edição do Jornal de Noticias e da Quidnovi, vol. 9. 2005.

- Jornadas Europeias de Património. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2003.

- Lousada - Terra Prendada - Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 1996

- Lousada (Subsídios para a sua Monografia) - Coordenação Concelhia de Lousada e Direcção Geral da Extensão Educativa. 1989.

- Moura, Augusto Soares de - Biografia de Bernardino Coelho Soares de Moura da Casa da Lama. Lousada: Edição de Autor. 1998.

- NÓBREGA, Artur Vaz-Osório - A Heráldica De Família No Concelho De Lousada. Aditamento a “Pedras de Armas do Concelho de Lousada” (1959). Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 1999.

- OLIVEIRA, Rosa Maria - Portões e Fontes do Concelho de Lousada. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2003.

- Planta topográfica. Escala: 1/2000. Câmara Municipal de Lousada. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada, 2005.

- Presidentes da Câmara Municipal de Lousada Desde 1838 até 1900. Lousada: Edição do Arquivo Histórico e Municipal de Lousada. 2003.

  - SILVA, José Carlos Ribeiro da - As Capelas Públicas de Lousada. Seminário de Licenciatura em História-Variante Património. Universidade Portucalense Infante D. Henrique (Policopiada). 1997.

- VIEIRA, José Augusto - O Minho Pitoresco. 2ª Edição, Valença: Edição Rotary de Valença, Tomo II, 1987.

 



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Domingo, 17 de Janeiro de 2010

A casa foi objecto de um restauro total, interior e exterior, de 1989 a 1998, tendo ficado de pé, as velhas paredes de granito. A capela foi alvo de um restauro interior, em 1996, havendo necessidade de restaurar o seu telhado. O chão do terreiro fronteiro à fachada Oeste e Sul foi coberto com pequenos ladrilhos, durante o mês de Agosto de 2005.63

 

________________________________

 

 

56 - MIRANDA, Abilio. - o. c., p. 12.

57 - OLIVEIRA, Ernesto de Oliveira; GALHANO, Fernando - o. c.,. p. 121.

58 - Segundo os Senhores desta casa.

59 - I. A. N. / T. T. - Dicionário Geográfico, 1758. vol. 36. fl. 569.

60 - OLIVEIRA, Rosa Maria - o. c., p. 141.

61 - OLIVEIRA, Rosa Maria - o. c., p. 141.

 

III - Elementos Iconográficos na construção

 

1 - Pedra de armas

      (Descrição)

 

 

São duas pedras de armas, sobrepostas que coroam a cornija da frontaria desta casa. A primeira pedra, a superior, é de granito macio, tem as armas dos Cunha. A segunda pedra de armas, a inferior, é de granito menos macio e assenta num pequeno bloco também ele de granito, o qual está sobre a cornija da casa, acima da porta da entrada.64

O brasão de armas é constituído por um escudo armoriado encimado por um elmo com paquife bem lançado, denotando o conjunto um trabalho escultórico da primeira metade do séc. XVII.65 A primeira pedra de armas é “dos princípios do séc. XVII e foi mandada colocar, na primitiva Casa de Juste, por Paulo da Cunha Coutinho, Senhor Da Casa pelo seu casamento com Vicência Borges de Sequeira.66

________________________________

62 - OLIVEIRA, Rosa Maria - o. c., p. 141.

63 - Informação dos proprietários da Casa de Juste.

64 - NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - o. c., p. 57.

65 - NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - o. c., p. 57.

66 - NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - o. c., p. 57.

 

1ª Pedra de Armas

 

Arranjo Heráldico:

 

Escudo:

 

Composição: plena.

 

Leitura:

         

 

   Cunha, dos Senhores de Tábua (moderno)                                                         (1)

 

 

  Timbre das Armas                                                                                                (2)

 

 

 

(1)   - São as suas armas: Nove cunhas postas 3, 3 e 3 e bordadura carregada de cinco escudetes, cada escudete sobrecarregado de cinco besantes.

(2)   - Temos um grifo sainte. É o timbre destes CUNHAS: Um grifo sainte carregado de nove cunhas, três no peito e três em cada asa.67                                                                                                                                                                                                  

                                                                                                                                                  

  2ª Pedra de Armas

 

Esta pedra de armas tem a sua procedência da Casa de S. João de Macieira (Lousada). Época: entre 1621 e 1648. 68

 

Leitura:                                                                                          

 

     BARRETO                            (1)                                                                         

 

Diferença: um minguante           (2)

 

(1)  - De arminhos, pleno. No escudo temos três mosquetas, (pontos de arminho ou pintas de arminho) postas em roquete.

(2) - A diferença posta em ponta, indevidamente.69   

 

 

 

 

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      

Leitura:

 

                   I (ou I e IV)       BARRETO                                                                                                

         (1)  

             II (ou II e III)     PINTO                                                                                            

 

 

 

2ª Interpretação

 

Composição: partida (ou esquartelada), embora, na realidade a disposição das peças dê a entender que estamos perante armas plenas.70

 

(1)  De arminhos, pleno. No escudo: somente três mosquetas, postas em roquete.

 

      (2) Cinco crescentes. No escudo: somente um crescente, posto invertido (minguante) em ponta.71

 

 

 

 

 

 

 

 

 

________________________________

 

67 - NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - o. c., p. 65.

68 - NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - o. c., p. 65.

69 - NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - o. c., p. 65.

70 - NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - o. c., p. 65.

71 - NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da- o. c., p. 65.

 

 

2 - Cronologia

      (Datas inseridas na construção)

 

Não tem.

 

IV - Outros dados históricos

 

Vários elementos arquitectónicos (capitéis, colunas medievais, volutas - e monumentais acrotérios, portas tardo-medievais, ….) encontram-se espalhados um pouco por toda a casa. De realçar a janela de pendor manuelino que se encontra na fachada Norte, no enfiamento da capela de St.º António. A actual imagem que pontifica no altar da capela de Juste é Nossa Senhora da Conceição.

A primitiva construção não tinha a escadaria, esta foi-lhe adossada posteriormente.72

 

V - Situação da Casa

 

Situa-se num alto, sobranceira à estrada nacional que liga Caíde - Felgueiras, e acede-se por um portal que fica junto à dita estrada nacional. Após percorrer umas dezenas de metros, por um caminho de terra batida, deparámos com a fachada principal da casa de Juste.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

________________________________

 

72 - Segundo informação dos proprietários desta casa.  

 

 

                                                                                        

VI - Fontes Primárias/Documentais

 

       - I. A. N./ T. T.- Dicionário Geográfico, 1758, vol. 36, fl. 569.

 

     VI - Bibliografia

 

   - À Descoberta do Vale de Sousa - Rotas do Património Edificado e Cultural… 2ª Edição, Lousada: Editores Héstia. 2002.

   - AZEVEDO, Carlos de - Solares Portugueses. Introdução Ao Estudo da Casa Nobre. 2ª Edição, [s/l]: Livros Horizonte. 1988.

    - Agenda do Professor - Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada, 2002.

   - BATISTA, João Maria - Chorographia Moderna do Reino de Portugal. Lisboa: Typograhia da Academia Real das Sciencias, vol. II. 1875.

   - BARREIROS, G. Bonfim-Janelas Portuguesas. Porto: Livraria Galaica Depositária. [s/d].

  - Carta Militar de Portugal - Lisboa: Instituto Geográfico Do Exército. Escala 1: 25 000, Série M888, Penafiel, Folha 112, N.º 4. 1998.

  - Casas de Sousa - Lousada: Edição da Associação de Turismo no Espaço Rural do Vale de Sousa, Terra de Sousa. Programa Leader II. [s/d.].

   - COSTA, P. António Carvalho da - Corografia Portugueza e Descripçam Topográfica do famoso Reyno de Portugal Com as Noticias das Fundações das Cidades, Villas, e Lugares, que contem, varões ilustres, Genealogias das Famílias nobres, fundações de Conventos, Catálogos dos Bispos, antiguidades, maravilhas da natureza, edifícios, & outras curiosas observaçoens. Segunda Edição, Braga: Typographia Domingos Gonçalves Gouveia. 1868.

  - Dicionário Enciclopédico Das Freguesias - Lisboa: Edição da ANAFRE. 1996.

  - FREITAS, Eugéneo de Andrea da Cunha e - A descendência de Martim Pires Carvalho, Cavaleiro de Basto. Porto: Carvalhos De Basto, vol. III. 1982.

  - Jornadas Europeias de Património. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2003.

   - LOPES, Eduardo Teixeira - Lousada e as suas freguesias na Idade Média. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2004.

   - Lousada - A Vila e o Concelho. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 1993.

- Lousada - Terra Prendada - Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 1996

- Lousada (Subsídios para a sua Monografia) - Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada, Coordenação Concelhia de Lousada e da Direcção Geral Da Extensão Educativa. 1989.

- Mapa Turístico de Lousada - 2000. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2000.

- Mapa Turístico de Lousada - 2002. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2000.

       - MIRANDA, Abílio - Vária. In ”Inventário da Heráldica do Concelho de Lousada,” Penafiel. Tipografia do “Jornal de Lousada.” Abril de 1994.

- NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - A Heráldica De Família No Concelho de Lousada. Aditamento a “Pedras de Armas do Concelho de Lousada” (1959). Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 1999.

- NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - Pedras De Armas Do Concelho De Lousada (Heráldica De Família). Porto: Edição da Junta De Província Do Douro Litoral. 1959.

- OLIVEIRA, Rosa Maria - Portões e Fontes do Concelho de Lousada. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada, 2003.

- O Nosso Concelho-Lousada - Lousada: Edição da Empresa Editora. 1998.

- Planta topográfica. Escala: 1:2000. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2005.

- PORTO - Do nome de Portugal. Porto: Edição do Governo Civil do Porto. 1992

- Presidentes da Câmara Municipal de Lousada Desde 1838 até 1900. Lousada: Edição do Arquivo Histórico e Municipal de Lousada. 2003.

- Terras Verdes - Lousada: Edição da Associação de Municípios do Vale de Sousa. [s/d].

- VIEIRA, José Augusto - O Minho Pitoresco. 2ª Edição. Valença: Edição Rotary de Valença, Tomo II. 1987.

 

 

 



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I - Definição

 

1 - Casa de Juste

 

2 - Proprietário/família

      

      Actual - Ana Amélia de Abreu e Couto Osório Guedes

      Antigo - Gonçalo Couto Vieira de Mello da Cunha Coutinho Osório  

 

3 - Localização

 

      Lugar - Juste

      Freguesia - Torno

      Concelho - Lousada

 

II - Classificação Formal

 

Casa de planta quadrangular com capela

adossada à fachada Norte.

1 - Relação entre ambas as construções  

2 - Descrição (arquitectónica) dos edifícios.

 

 

Para Carlos de Azevedo é uma casa “de planta muito simples, quadrangular, (…), um bom exemplo da casa nobre rural do século XVIII, provavelmente ainda do segundo quartel do século, como parece depreender-se da bela escadaria lançada perpendicularmente contra a fachada e que conserva as volutas terminais, num tipo relativamente frequente por essa época. Muito curiosos os ornatos sobre o telhado, um deles com o brasão. Quanto à entrada da casa, parece tratar-se de porta de tipo medieval, provavelmente aproveitada de algum edifício religioso da vizinhança.”51

Ao centro da fachada principal, virada a Oeste, uma escadaria perpendicular lançada contra a fachada, com patim, à esquerda e à direita, ornatos sobrepujam-no. No rés-do-chão, exibe duas aberturas molduradas, gradeadas e envidraçadas, uma de cada lado da escadaria. O primeiro andar, ao centro, apresenta uma portada com um “lintel bilobado composto de arcos crescentes, sendo o exterior arredondado estendendo-se ao longo dos umbrais terminando da parte inferior, em espiral, e o lintel foi mutilado com o fim de dar maior altura à porta,”52 e duas janelas de sacada molduradas de lintel curvilíneo. Um friso com um triplo losango adossa a base das janelas de sacada e um cachorro ladeia cada uma das ditas janelas, havendo ainda quatro quadrifólios moldurados junto à cornija, enquanto as pilastras são sobrepujadas por ornatos. A pedra de armas, dos: “Cunha53 coroa a cornija.

Na fachada Norte a janela é de pendor manuelino, moldurada, com duas pequenas volutas no lintel, uma grossa corda a decorá-la e um astrolábio a coroá-la. No Entre-Douro-E-Minho “também não são muitas as janelas medievais e quinhentistas que se mantêm de pé.”54 Mas há a “da casa de Juste, em Lousada, de maior riqueza de decoração,55 sendo esta uma janela “com remate superior bilobado, constituído por duas molduras, sendo a externa composta por frontão de diamante e a interna por um cordão que termina a meio de uma carranca; sob os arcos duas cruzes formadas por losangos. É esta janela sobrepujada por uma ornamentação serpenteante, simétrica.56 A fachada Sul mostra, no rés-do-chão, duas portadas molduradas e três janelas de peitoril molduradas e gradeadas, ladeadas por cachorros. No primeiro andar apresenta quatro janelas de sacada molduradas, flanqueadas por cachorros. Os cachorros do primeiro andar apresentam incisões e a chaminé pertence ao tipo das “grandes chaminés, subindo com a mesma largura da base.57

Na fachada Este, no rés-do-chão, vislumbra-se uma janela de peitoril gradeada e no primeiro andar uma janela de sacada com lintel curvilíneo, sendo o alpendre constituído por cinco colunas medievais oriundas de outros edifícios das redondezas. As colunas exibem incisões de feição medieval58 e as escadas são de um só lanço, mas divergentes, com um capitel no final dos degraus. Ladeando a escadaria pode ver-se na base de um ornato duas volutas insculpidas coroadas por uma concha. Há ainda quatro quadrifólios e duas portadas com desenhos em relevo. A fachada Sul, na zona do pátio, no rés-do-chão, exibe três janelas de peitoril - duas são gradeadas - e duas portadas, em que no lintel de uma delas ostenta incisões geométricas. No primeiro piso existem três janelas de peitoril.

A capela faz um ângulo de noventa graus no topo esquerdo da fachada Norte e em 1758 tinha como invocação Santo António: “A quarta, he de Santo Antonio com um sò altar, que está na Quinta de Juste, e pertence a Dona Josefa Brochado, e seus filhos da mesma Quinta, a qual cappella tem mais a imagem de São Gonçalo de Amarante, e a da Senhora do Rozario; e nem èsta, nem a de Sam Sebastião tem romagem.”59

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51 - AZEVEDO, Carlos de - Solares Portugueses. Introdução Ao Estudo Da Casa Nobre. 2ª Edição, [s/l]: Livros Horizonte, 1988, p. 149.

52 - MIRANDA, Abílio. - o. c., p. 12.

53 - NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - o. c., p. 61.

54 - BARREIROS, G. Bonfim - Janelas Portuguesas. Porto: Livraria Galaica, Depositaria. [s/d], p. 10.

55 - BARREIROS, G. Bonfim - o. c., p. 10.

 

A fachada principal da capela, virada a Oeste, é rasgada, ao centro, por um portal moldurado, tendo a encimá-lo um óculo moldurado e envidraçado. A empena é rematada por um campanário de arco de volta perfeita, coroado por uma cruz latina e dois pináculos. As pilastras são encimadas por pináculos. Na fachada Norte há uma abertura moldurada e envidraçada, e na fachada Este existe uma cruz de trevo que encima a empena, exibindo na fachada Sul uma portada e duas aberturas molduradas.

Os portais da Casa de Juste podem situar-se no “séc. XIX.60 São de “ferro forjado e de duas folhas. A parte inferior das folhas é formada por réguas na vertical e entre elas outras réguas formam um desenho (…) em que as pontas são enroladas para dentro e para fora. Esta parte inferior tem um friso superior e inferior decorado “SSS” na horizontal com as pontas enroladas para dentro e para fora. A parte superior da folha tem apenas varas na vertical.61 Mas no aspecto arquitectónico o portão situado na fachada Sul “tem um entablamento encimado por um pináculo e está localizado entre duas paredes de casas. O segundo portão está localizado entre a parede da casa e o muro que rodeia o jardim.” 62

 

3 - Estado de conservação

 

É muito bom.

 

4 - Obras/Restauro

       (Datas e que obras foram feitas)

 



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1 - A Casa do Cáscere

2 - Proprietário/família

      

      Actual - António Basílio Pimentel Carneiro Leão

      Antigo - António Basílio Carneiro Leão

      Apelido - Carneiro Leão

 

3 - Localização

 

      Lugar - Cáscere

      Freguesia - Nespereira

      Concelho - Lousada

 

II - Classificação Formal

 

Casa com planta do tipo L e capela no                             

topo direito da fachada principal.

                                                                     

                     

 

1 - Relação entre ambas as construções

2 - Descrição (arquitectónica) dos edifícios

 

A fachada principal, virada a Oeste, é toda rusticada. No rés-do-chão, podem ver-se quatro portadas, sendo uma de cocheira que permite o acesso à garagem - já foi espaço de culto, isto é, local onde se localizou a antiga capela.36 Exibe quatro janelas, sendo duas de peitoril e quatro aberturas horizontais, gradeadas e envidraçadas.

O primeiro andar mostra nove janelas de sacada e duas de peitoril, e o telhado sobrepuja a cornija. Esta fachada foi construída em finais do século XIX, em 1881.37 A antiga capela deixou de ter a função de culto, passou a garagem e a arrecadação, e foi construída a actual capela de Nossa Senhora do Amparo.38 É por esta razão que o alinhamento do telhado é interrompido pelo frontão da antiga capela. De referir que esta era separada da primitiva edificação do Cáscere, mas com os sucessivos aumentos acabou por se unir ao edifício. A escadaria é de um só lanço, com patim e gradeamento, em ferro forjado, com uma inscrição: 1881.39 A capela liga-se à casa através da escadaria e da sacristia.  

Na fachada Norte há uma portada ladeada por duas janelas de peitoril e do lado do jardim vislumbram-se mais duas portadas. No tímpano pode ver-se uma janela gradeada. E lobriga-se uma sineta adossada que sobrepuja a portada.

 

 

________________________________

 

36 - NUNES, José - Casa do Cáscere. In O Rancho Folclórico Flor da Primavera - [s/l]: [s/e], 1993, [s/p].

37 - NUNES, José - o. c., [s/ p.].

38 - NUNES, José - o. c., [s/ p.].

39 - NUNES, José - o. c., [s/ p.].

 

 

 

Na fachada Oeste, no pátio interior, no rés-do-chão, existem duas portadas, um arco de volta perfeita, duas aberturas rectangulares molduradas, gradeadas e envidraçadas, uma janela de peitoril e uma abertura rectangular, exibindo ao centro um arco de volta perfeita. Este suporta um fortim - um pequeno espaço rectangular com 60 cm de largura, em granito.40 No primeiro andar, oito janelas, sendo sete de peitoril, uma das delas é mais pequena que as restantes. A janela, à esquerda do fortim, é pivotante. Na fachada Norte, o rés-do-chão, mostra duas portadas e uma janela gradeada. É por uma escadaria de um só lanço que acedemos ao primeiro andar. Este exibe duas janelas de peitoril gradeadas, uma porta grande com bandeira circular envidraçada, cinco janelas de peitoril e uma pequena abertura, todas molduradas. Na fachada Este, da casa primitiva, vê-se uma janela de peitoril, uma portada e uma sineta.

A capela está integrada na fachada principal - num alinhamento perfeito - coberta de hera, ostentando um portal moldurado e uma janela moldurada, gradeada e envidraçada. O frontão triangular é rematado por uma cruz latina e as pilastras são coroadas por urnas fechadas. O campanário, em ferro, sobrepuja a cornija do lado direito, e na fachada sul mostra duas portadas e uma janela de peitoril. No topo da escadaria, no pano esquerdo da parede, da fachada Oeste, há uma janela gradeada e envidraçada. Umas escadarias de um só lanço, sem gradeamento, adossam a fachada norte. Esta mostra uma janela envidraçada e gradeada. Rusticada é a fachada Este. Ainda existe um pequeno postigo rectangular, mas de madeira.

A fachada Sul é rebocada, excepto a chaminé que é rusticada. No rés-do-chão vêem-se duas janelas, duas aberturas rectangulares, envidraçadas e na horizontal, uma janela fixa, todas gradeadas, e uma portada. No primeiro andar vislumbram-se dez janelas de peitoril e uma de sacada. A mansarda, ao centro, exibe uma janela de peitoril, rebocada; e uma chaminé. Os panos laterais são revestidos a lousa. Na segunda mansarda há uma janela dupla de sacada, rebocada e lateralmente coberta a lousa. O pano lateral direito patenteia uma janela de peitoril e uma chaminé.41

 

 

________________________________

 

40 - NUNES, José - o. c., [s/ p.]. Confirmado pelo actual proprietário desta casa.

41 - É como “ (…) as grandes chaminés, subindo com a mesma largura da base.” OLIVEIRA, Ernesto Veiga de; GALHANO, Fernando - o. c., p. 123.

3 - Estado de conservação

 

É bom.

 

4 - Obras/Restauro

       (Datas e que obras foram feitas)

 

Sofreu vários aumentos em séculos diferentes. Em 1881 a casa foi aumentada e a actual capela foi construída.42 Esta data está inscrita na grade da varanda. Em 1990 e 2002 voltou a ser objecto de restauro, sendo as janelas da fachada Sul colocadas nesta data. A casa era rebocada e passou a ser rusticada.43

 

 

 

 

 

III - Elementos Iconográficos na construção

 

1 - Pedra de armas

      (Descrição)

 

Não tem.

 

 

2 - Cronologia

      (Datas inseridas na construção)

 

 

No portal de entrada, da primitiva casa vê-se a seguinte inscrição: 1656. Noutro portal do pátio interior, junto das cavalariças, encontra-se insculpida a seguinte data: 1851. Na grade da varanda pode ler-se: 1881.

 

________________________________

 

42 - Não encontrei documento algum que o confirmasse. A informação foi transmitida pelo proprietário da Casa do Cáscere. Cf. NUNES, José - o. c., [s/ p.].

43 - Informação do actual proprietário. Cf. NUNES, José - o. c., [s/p.].

 

IV - Outros dados históricos

 

A sua construção foi iniciada “em 1656, conforme se pode verificar na parte superior do portão de entrada, através da data nele esculpida. A fachada principal até junto do portão foi construída no Século XVIII, este portão era a entrada para a capela ali existente. Em 1881, a casa foi de novo ampliada a partir do escadario. A antiga capela passa a garagem e a arrecadação após a reconstrução da nova.44

Num prazo de 1656, uma certidão passada ao Reverendo Manuel José Pinto de Sousa, há uma alusão ao que pode ter sido a primitiva casa do Cáscere: “ (…) e logo depois comessamos a apegaçam na maneira seguinte = vendo e apegando as casas com todo e mais casal = item casa da cozinha e cortes e casa da eira tudo junto que sam de cumprido dês e de largo oito braças com suas anteportas // A casa da torre digo a casa torre tem de comprido sinco e de largura duas braças // A cosinha terreira que esta pregada a torre para a banda do Norte tem de comprido tres e de largo huma braça e meya.”45 Contas feitas, sabendo nós que uma braça corresponde a 2,2 m, facilmente chegamos à conclusão que a casa principal deste Casal do Cáscere tinha a área de 31, 9 m2 e que a casa da cozinha, cortes e casa da eira tinha, por sua vez, de área: 176 m.2 E que em meados do séc. XVII o actual corpo Norte era considerado “ (…) a mcasa torre (…)46

A primeira capela, que, provavelmente, teria sido erigida no século XVIII, em 1811 estava em ruínas,47 já que num prazo de 1811 que faz o Mosteiro de Santo Estêvão de Vilela ao Casal do Cáscere assim se lê: ”Media-se mais outra parte desta quinta, que consta de eira, e ortas, e palheiro, capella hoje arruinada, (…).”48

Em 1881 a casa volta a ser aumentada e a antiga capela deixa de ter a função para a qual foi edificada, passando a funcionar como garagem e arrecadação, e é erecta a actual capela em honra de Nossa Senhora do Amparo.

A casa tem uma planta do tipo L, com um comprimento de 35 m e largura de 15 m.49

 

________________________________

 

44 - NUNES, José - Casa do Cáscere. - o. c.,( s/p.).

45 - A. D. P., Secção Notarial, Po- 4, Livro n.º 7, 1811, p. 604. Cf. MAGALHÃES, Pedro Joaquim da Cunha - o. c., p. 46-53.

46 - A. D. P., Secção Notarial, Po- 4, Livro n.º 7, 1811, p. 604. Cf. MAGALHÃES, Pedro Joaquim da Cunha - o. c.,p. 46-53.

V - Situação da Casa

 

Situa-se no lugar do mesmo nome, na freguesia de Nespereira. A casa fica no centro de um frondoso bosque, rodeada de um jardim. Acede-se por um melancólico caminho de terra batida que nos conduz a um terreiro onde nos deparámos com a frontaria da casa do Cáscere. Vinte metros antes, à direita, vislumbramos um portal que dava serventia à antiga capela deste nobre edifício. É um portal de “ferro forjado com duas folhas que apresenta na parte inferior uma faixa estreita em “SSS” com as pontas enroladas para dentro. Depois, na vertical, ovalada, há uma vara com as pontas enroladas para dentro e para fora. Apresenta, ainda, uma estreita faixa com varas formando losangos, a qual acaba com varas grossas em pontas de seta, no meio das quais se acham “SSS”, costas com costas. Arquitectonicamente é um portal em que é utilizada a técnica de silharia, de fiadas irregulares. Uma cruz latina ladeada por dois vasos sobrepuja o entablamento.”50

 

 

________________________________

 

47 - A. D. P., Secção Notarial, Po- 4, Livro n.º 7, 1811, p. 604. Cf. MAGALHÃES, Pedro Joaquim da Cunha - o. c., p. 46-53.

48 - A. D. P., Secção Notarial, Po - 4, Livro nº 7, 1811, p. 604. Cf. MAGALHÃES, Pedro Joaquim da Cunha - o. c.,- p. 46 a 53

49 - Informação de António Basílio Pimentel Carneiro Leão, proprietário da Casa do Cáscere.

50 - OLIVEIRA, Rosa Maria - o. c., p. 87.

 

VI - Fontes Primárias/Documentais

 

- A. P. C.C. 1953. Casa do Cáscere (Fotografia).

 

- A. C. C. - Escritura, 1656, fl. 1 a 15v.

- A. D. P., Secção Notarial, Po-4, Livro n.º 7, 1811, fl. 604.

 

 

VII - Bibliografia

 

- À Descoberta do Vale de Sousa - Rotas do Património Edificado e Cultural… 2ª Edição. Lousada: Editores Héstia. 2002.

- Agenda do Professor - Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2002.

      - D’ALMEIDA, José Avelino - Diccionario Abreviado de Chorografia, Topografia, Archeologia das Cidades, Villas e Aldêas de Portugal. Valença: Typographia de V. de Moraes, vol. I. 1866.

      - BATISTA, João Maria - Chorographia Moderna do Reino de Portugal. Lisboa: Typograhia da Academia Real das Sciencias, vol. II, 1875.

- CARDOSO, P. Luís - Dicionário Geográfico, ou Noticia Histórica de Todas as Cidades, Vilas, Lugares, e Aldeias, Rios, Ribeiras, e Serras dos Reinos de Portugal, e Algarve, com todas as coisas raras, que neles se encontram assim antigas, como modernas. Regia Oficina Sylviana, da Academia Real, Tomo II. MDCCLI.

- Carta Militar de Portugal - Lisboa: Instituto Geográfico Do Exército. Escala 1: 25000, Série M888, Penafiel, Folha 112, N.º 4, 1998.

- Casas de Sousa - Lousada: Edição da Associação de Turismo no Espaço Rural do Vale de Sousa. Terra de Sousa. Programa Leader II, [s/d.].

- COSTA, P. António Carvalho da - Corografia Portugueza e Descripçam Topográfica do famoso Reyno de Portugal Com as Noticias das Fundações das Cidades, Villas, e Lugares, que contem, varões ilustres, Genealogias das Famílias nobres, fundações de Conventos, Catálogos dos Bispos, antiguidades, maravilhas da natureza, edifícios, & outras curiosas observaçoens. Segunda Edição, Braga: Typographia Domingos Gonçalves Gouveia. 1868.

- Dicionário Enciclopédico Das Freguesias - Lisboa: Edição da ANAFRE. 1996.

- Ecos-Porto: Edição da Direcção Geral de Apoio e Extensão Educativa - Coordenação Distrital do Porto, N.º 17.  [s/d].

- História das Freguesias e Concelhos de Portugal-Lisboa: Edição do Jornal de Noticias e da Quidnovi, vol. 9. 2005.

- Jornadas Europeias de Património. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2003.

 - Lousada-A Vila e o Concelho. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 1993.

- Lousada-Terra Prendada - Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 1996

- Lousada (Subsídios para a sua Monografia) - Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada, e da Coordenação Concelhia de Lousada e da Direcção Geral da Extensão Educativa. 1989.

- MAGALHÃES, Pedro Joaquim da Cunha - A Casa do Cáscere 1479-1859. (Policopiada). Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Coimbra. 2002.

- Mapa Turístico de Lousada-2000. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada, 2000.

- NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - A Heráldica De Família No Concelho De Lousada. Aditamento a “Pedras de Armas do Concelho de Lousada” (1959). Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada, 1999.

- NÓBREGA, Artur Vaz-Osório da - Pedras De Armas Do Concelho De Lousada (Heráldica De Família). Porto: Edição da Junta De Província Do Douro Litoral. 1959.

 - NUNES, José - Casa do Cáscere. In Rancho Folclórico Flor da Primavera - [s/l]: [s/e]. 1993.

- OLIVEIRA, Rosa Maria - Portões e Fontes do Concelho de Lousada. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2003.

- Planta topográfica. Escala: 1/2000. Lousada: Edição da Câmara Municipal de Lousada. 2005.

- Presidentes da Câmara Municipal de Lousada Desde 1838 até 1900. Lousada: Edição do Arquivo Municipal de Lousada, 2003.

      - SILVA, José Carlos Ribeiro da - As Capelas Públicas de Lousada. Seminário de Licenciatura em História-Variante Património. Universidade Portucalense Infante D. Henrique (Policopiada). 1997.

      - VIEIRA, José Augusto - O Minho Pitoresco. 2ª Edição, Valença: Edição Rotary de Valença, Tomo II. 1987.

 



publicado por José Carlos Silva às 17:52 | link do post | comentar

Quarta-feira, 13 de Janeiro de 2010

A 29 de Março de 1975 o Jornal de Lousada fazia eco da última aula da senhora professora D. Alice Aurora Soares [da nobre Casa do Vilar], que se aprestava para se aposentar.

Os seus alunos assistiram à sua última aula, que aconteceu a 26 de Fevereiro de 1975, tendo existido uma «homenagem dos alunos e colegas, homenagem simples e singela». Gratidão e apreço demonstrada por todos os seus alunos. E expressaram-no: «Assim desejaríamos acrescentar algo ao louvor que foi exarado naquele livro de frequências diárias pelo Senhor Delegado Escolar, e que contém tudo o que é possível dizer-se de alguém que, ao longo da sua vida de educadora, pôs todo o seu amor de mestra e se dedicou, aos que lhe foram confiados para orientar para a vida, com um zelo e competência que nunca será demais realçar.

Muito mais que as palavras elogiosas daquele louvor, de reconhecimento pela sua dedicação e brio profissionais; muito mais que a beleza dos cravos, símbolo de muita amizade e consideração que os seus colegas da Delegação Escolar acharam por bem demonstrar-lhe, muito mais que tudo isso lhe devemos nós os que fomos seus alunos na Escola Primária de Lodares.».

Alunos que ali estavam para demonstrarem «o quanto lhe estão gratos pela sua acção Educadora, os seus alunos de então, alguns pais dos que a Senhora D. Alice Aurora Soares há dias deixou de conduzir.». Por isso «queremos que aceite ao menos o nosso Obrigado com o sentimento que lhe damos ao transpô-lo do nosso coração reconhecido. Que ele seja aquele “mais que palavras elogiosas e que ramo de cravos. Que traduza, na sua singeleza, o quanto o povo de Lodares a estima e considera!”». Jornal de Lousada, Augusto Magalhães

 



publicado por José Carlos Silva às 22:26 | link do post | comentar

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