A maior parte das capelas datam do séc. XVIII. Raras são aquelas que se podem datar no séc. XVII.
Do séc. XIX só a capela do Sr. dos Aflitos e do séc. XX só a capela de St.º Amaro, que foi ampliada e transformada em 1981 numa capela moderna, já que na origem remontava ao séc. XVIII, era do tipo de S. Gonçalo de Macieira.
Quase todas são de pequenas dimensões, exceptuando-se as capelas do Sr. dos Aflitos, Sr.ª Aparecida e N. Sr.ª da Ajuda.
Normalmente localizam-se em locais, em pontos ou num ponto alto da freguesia, se calhar para estarem próximo de Deus ou para exorcizarem a apotropaicizarem, o espaço envolvente de entes malignos.
Estão - na sua grande maioria - em locais isolados, longe da sede da freguesia (Sant’ Ana, S. Gonçalo - Lustosa, etc.).
Há afinidades entre elas, a nível tipológico. A capela de St.º Ovídio, a capela de S. Gonçalo, a capela de N. Sr.ª da Conceição, a capela de St.ª Águeda, são constituídas por um alpendre, uma galilé, sustentado por colunas de granito ou de ferro (N. Sr.ª da Conceição), ou de cimento (S. Gonçalo - Lustosa).
São quase todas construídas em granito.
Com cruz latina.
Com remates do entablamento piramidais.
Na sua construção - arquitectura - nota-se um cunho popular (artistas da terra, da região, sujeita a condições sócio económicas, sem o “academismo” imposto, vindo dos grandes centros urbanos.
Raras são as capelas que têm pia baptismal; excepto a capela de N. Sr.ª das Necessidades e do Sr. dos Aflitos.
O estado de conservação das capelas Públicas é bom de uma forma global.
Quase todas as capelas foram sujeitas, ao longo dos tempos, a obras de restauro e ampliação.
Na sua grande maioria são - e estão - bem preservadas.
A grande lacuna - nelas todas - é a falta de um adequado projecto de valorização. As capelas são - e quase só - conhecidas dos devotos de santo ou santa da sua invocação e dos habitantes da localidade onde está implantada. Mesmo as capelas da Vila não têm tido a projecção a que têm direito. A grande lacuna reside neste capítulo, assim como nos restauros que são realizados e que nem sempre obedecem ao rigor desejado.
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SILVA, José Carlos Ribeiro da - As Capelas Públicas de Lousada, U. Portucalense, 1997
PLANO DO SEMINÁRIO
Inventário das Capelas Públicas do Concelho de Lousada
- Vertente Arquitectónica.
1- Introdução.
2- Caracterização do Concelho de Lousada - Aspectos geomorfológicos - um pouco da sua história.
3- Metodologia - Bibliotecas a consultar (Biblioteca Municipal do Porto, Depósito de Livros, Jornais, etc., de Lousada, Biblioteca Municipal de Penafiel, Paços de Ferreira, Paredes, etc.)
ÞPeriódicos/Semanários - Jornal de Lousada, TVS., Novas do Vale de Sousa, Repórter do Marão, O Heraldo, Vida Nova, etc.
ÞCapelas.
ÞFichas.
ÞFotografia.
ÞReunir o maior número de dados.
ÞReunir o máximo de informação.
ÞDificuldades.
4- As Capelas de Lousada - freguesia por freguesia (leituras de conjunto).
ÞAspecto arquitectónico.
ÞAspecto artístico (interior, exterior).
ÞTipologias.
5- Breves considerações sobre o Património inventariado.
6- Conclusões.
7- Anexos.
8- Bibliografia.
Data de apresentação - 15 de Setembro.
SEMINÁRIO - As Capelas Públicas de Lousada.
1-Levantamento Bibliográfico - (B. M. Porto) Jornais locais, essencialmente o Jornal de Lousada (1907) - refere-se a várias capelas, mais às que estão perto ou no centro da Vila de Lousada e que foram objecto de obras e melhoramentos.
O concelho tem 26 freguesias - Há freguesias com uma ou mais capelas (nunca mais de três na mesma freguesia). E há freguesias que não têm nenhuma capela pública.
Há freguesias que não têm capelas públicas Caíde de Rei, Vilar do Torno e Alentém, St.ª Eulália de Barrosas. Há capelas que já existiram e hoje estão em ruínas (S. Brás - Caíde, St.º António - Sousela, etc.) ou desapareceram mesmo. Há referências delas nos jornais (locais) e nos dicionários corográficos - Padre Carvalho, Pinho Leal, Américo Costa, etc.).
O Jornal de Lousada - É a minha principal fonte - refere-se, em artigos publicados nas suas páginas, às obras e melhoramentos introduzidos e realizados nesta ou naquela capela ao longo do tempo, assim como as datas de construção e um ou outro contrato estabelecidos com os mestres de obras, etc.
Os outros jornais consultados (TVS., NVS., RM., etc.), forneceram elementos do mesmo teor.
O Levantamento Bibliográfico - está quase no fim, está praticamente na sua fase final. A consulta a obras, dicionários corográficos, folhetos, revistas, etc., sob o concelho de Lousada está a terminar.
2- Levantamento de Campo - (trabalho...) ainda não está concluído. Fotografar e tirar notas de perto de meia centena de capelas não é fácil, nem rápido.
Contudo estamos perto do seu fim. Poucas (meia dúzia de freguesias) são as capelas que ainda não foram estudadas.
O concelho de Lousada é muito rico em capelas públicas (e particulares - belos exemplares - mas que fogem ao âmbito deste Seminário, só capelas públicas).
As capelas públicas de Lousada estão bem preservadas - na sua grande maioria. Os párocos, as confrarias, e as Comissões Fabriqueiras têm tido máximo cuidado em proceder ao seu restauro sempre que necessário (a população dá o seu contributo para as obras de restauro); o exemplo mais recente e actual é o restauro que está a ser realizado na capela de St.ª Águeda - Sousela.
A única Valorização que propomos é uma melhor, maior e mais eficaz iluminação exterior das capelas (quase nenhuma tem focos dirigidos de forma a realçar os seus belos traços arquitectónicos), assim como placas de sinalização, a indicarem (correctamente) a sua existência e, o melhor percurso para atingir o local onde se encontra erigida (normalmente no cimo de um monte ou colina).
Também era de bom tom um folheto explicativo narrando e alertando para a existência de capelas, nas sedes de juntas de freguesias, nos serviços paroquiais e no Posto de Turismo do concelho de Lousada (na sede da Vila).
3- O meu Seminário está pois, numa fase tipo “diamante em bruto”, em que só a partir de agora, isto é, mais duas ou três semanas, começará a ser devidamente “lapidado”, isto é, só a partir dessa altura poderei iniciar o dito processo final, ou seja, o processo de síntese.
Para além de uma abordagem às realidades intrínsecas do concelho de Lousada, estudarei as capelas públicas de Lousada - freguesia a freguesia - na sua vertente Arquitectónica.
Posso referir, antecipadamente, que as capelas públicas em estudo, compreendem um espaço de tempo que medeia os finais do séc. XVII e vai até aos finais do séc. XIX.
Há também freguesias que no séc. XVII - XVIII tinham capelas públicas - que serviram de local de culto enquanto as actuais igrejas eram construídas e hoje não existem (existem referências bibliográficas).
O trabalho de Seminário será mais um largo conjunto de Fichas de Inventário (vertente arquitectónica), fichas de diferentes matrizes, para além de uma cuidada referência ao concelho de Lousada - suas origens, sua história e seu património (nas suas diferentes realidades, mas em sinopse).
Obs.: Em anexo (ao Seminário) aparecerão, em princípio, exemplares de capelas particulares e/ou interiores de algumas capelas públicas, para termos uma visão mais realista da riqueza e da Arte Sacra do concelho de Lousada, verificando-se uma beleza e grandiosidade ímpar.
Por último, é minha convicção que até ao dia 15 de Setembro entregarei o trabalho de Seminário ao meu orientador - Dr. Manuel Joaquim Moreira da Rocha.[Hoje Prof. Doutor, e na FLUP, foi meu Co-orientador na minha tese de mestrado: «A Casa Nobre No Concelho de Lousada».
Porto, 18/4/97
O Cruzeiro Paroquial
Situa-se no lugar da Igreja, no meio de um entroncamento, em local sobranceiro e aproximadamente a duzentos metros da Igreja matriz.
É propriedade da Igreja Católica.
Construído em granito.
Desconhece-se a data em que foi edificado.
Encontra-se em bom estado de conservação.
A cruz é quadrangular, golpeada nas pontas e assenta sobre um globo que mais parece uma pinha.
O capitel é de ordem toscana.
O pedestal é composto pela cornija, dado cúbico e soco. A cornija e o soco são mais salientes que o dado.
A plataforma é quadrangular e de um só degrau, mas pode ainda ver-se vestígios de um segundo degrau.
Este Cruzeiro é um dos mais belos e monumentais do concelho.
O Cruzeiro do Cemitério
Está implantado no meio do Cemitério, sito no lugar da Igreja.
É propriedade da Junta de Freguesia de Lousada (Santa Margarida).
Construído em granito e em data que se desconhece.
Esta em bom estado de conservação.
A cruz é alta e assenta directamente no fuste. A cruz tem um crucifixo em metal.
O fuste é oitavado na sua quase totalidade, pois junto à plataforma é quadrangular.
A plataforma é quadrangular e tem dois degraus.
O Cruzeiro do Lugar da Capela
Situa-se na margem direita da estrada nacional Lousada/Barrosas, no lugar da Capela.
É um Cruzeiro de limite de Capela, pertencia à Capela da Casa de S. José que foi destruída.
Actualmente é propriedade da Igreja Católica.
Construído em granito em data que se desconhece.
O estado de conservação é razoável.
A cruz é latina e quadrangular e a encimá-la tem uma série de volutas, o que lhe dá um aspecto de Cruzeiro com coroa. A cruz está ornamentada com um desenho em forma de sol e toda ela está repleta de losangos.
O fuste assenta sobre a cornija. O pedestal, além da cornija, é também composto pelo dado.
O Cruzeiro da Capela de Santo Amaro
Está edificado no topo nascente do Adro da Capela de Santo Amaro, sita no lugar com o mesmo nome.[4]
É um Cruzeiro de limite de Capela construído em granito.
Está em bom estado de conservação.
É um Cruzeiro robusto, sem ser artístico ou elegante, mas belo na sua rudeza.
A cruz é latina, quadrangular e simples.
O fuste é quadrangular nas partes laterais e diminuído na central.
O pedestal é formado pela cornija e pelo dado cúbico.
A plataforma é quadrangular e tem dois degraus.
Este Cruzeiro é um dos mais sóbrios do concelho.
VIEIRA, Leonel - Os Cruzeiros de Santa Margarida, U. Portucalense, 2004
O Cruzeiro do Cemitério
Encontra-se sensivelmente ao meio do Cemitério, sito no lugar da Igreja.
É propriedade da Junta de Freguesia de Lodares.
Construído em granito, desconhecendo-se a data em que foi edificado.
Está em bom estado de conservação.
A cruz é quadrangular e assenta na base que, por sua vez, sobrepuja o pedestal. A haste vertical é mais alongada que a horizontal.
O pedestal é composto pela cornija e pelo dado cúbico.
A plataforma é quadrangular e tem dois degraus, um deles está parcialmente soterrado.
O Primeiro Cruzeiro da Via-Crusis
Está colocado na Mata do Passal, em local elevado e sobranceiro, mesmo em frente à Igreja matriz. Este Cruzeiro é igual ao sexto da mesma Via-Crusis.
É propriedade da Igreja Católica.
Construído em granito e em data que se desconhece, tal como toda a Via-Crusis.
Está em razoável estado de conservação.
A cruz é latina, quadrangular e estriada. A haste vertical é mais alongada que a horizontal.
A cruz assenta na cornija.
O pedestal é composto pela cornija e pelo dado cúbico.
O Segundo Cruzeiro da Via-Crusis
Situa-se na mesma Mata do Passal.
Este Cruzeiro é igual ao terceiro, quarto e quinto da mesma Via-Crusis.
Encontra-se em razoável estado de conservação.
A cruz é alta, quadrangular e assenta na cornija. A haste vertical é mais comprida que a horizontal.
O pedestal compõe-se pela cornija, pelo dado cúbico que está praticamente enterrado.
O Sétimo Cruzeiro da Via-Crusis
Encontra-se na mesma Mata do Passal e é um dos mais interessantes deste conjunto.
Está em razoável estado de conservação.
A cruz é embolada, estriada e a encimar a haste vertical há um tipo de “capitel” que não se consegue definir. A haste vertical é muito mais alongada que a horizontal e assenta na cornija.
O pedestal é composto pela cornija e pelo dado cúbico. O dado praticamente enterrado está ornamentado com flores nas suas quatro faces.
O Oitavo Cruzeiro da Via-Crusis
Situa-se na mencionada Mata do Passal. Este Cruzeiro é igual ao nono, décimo, décimo primeiro, décimo segundo e décimo terceiro da mesma Via-Crusis.
Está em razoável estado de conservação.
A cruz é latina, quadrangular, estriada e assenta na cornija. A haste vertical é mais alongada que a horizontal.
O pedestal é composto pela cornija e pelo dado cúbico.
Ao contrário dos Cruzeiros anteriores, o dado destes é bem visível e as estriadas só aparecem na face da haste vertical.
O Décimo Quarto Cruzeiro da Via-Crusis
Encontra-se na referida Mata do Passal e é o Cruzeiro que se situa no ponto mais alto da Via-Crusis.
Está em ruínas. Precisa urgentemente de ser reabilitado.
Apesar do seu aspecto degradante percebe-se que se trata de um imponente Cruzeiro.
No local ainda é possível ver uma pequena parte do fuste que assenta na plataforma.
A plataforma é quadrangular e tem três degraus, sendo que um está quase todo soterrado.
VIEIRA, Leonel - Os Cruzeiros de Lousada, U. Portucalense, 2004
O Cruzeiro Paroquial
Está colocado no meio de um entroncamento, junto ao Cemitério, no lugar da Igreja.
É propriedade da Igreja Católica.
É um belo Cruzeiro construído em granito.
Desconhece-se a data da sua construção.
Está em bom estado de conservação.
A cruz é latina, quadrangular e assenta no capitel com ornatos em forma de meia-lua.
Entre o capitel e o fuste, na parte inferior, surge um colarinho e uma gola.
O fuste é circular e assenta numa base esférica.
O pedestal é constituído pela cornija, pelo dado e pelo soco.
A plataforma é quadrangular e tem dois degraus.
O Cruzeiro do Cemitério
Está edificado a meio do topo norte e próximo do muro do Cemitério, sito no lugar da Igreja.
É propriedade da Junta de Freguesia de Figueiras.
Construído em granito em data que se desconhece.
Está em bom estado de conservação.
A cruz é circular e as pontas terminam em bico. No capitel hexagonal assenta a cruz.
O fuste sobrepuja a base e também é hexagonal.
O pedestal achanfrado é constituído pela cornija, pelo dado e pelo soco.
A plataforma é quadrangular e tem dois degraus.
O Cruzeiro do Penedo do Sol
Este incaracterístico Cruzeiro está edificado num local ermo, em cima de um penedo denominado “Penedo do Sol”. O penedo tem forma cónica e está repleto de incisões.
É propriedade da Casa de Rio de Moinhos.
Construído em granito e em data desconhecida.
Apesar de parecer estar abandonado, está em muito bom estado de conservação.
Tem uma cruz hexagonal que assenta numa pequena base quadrangular. A haste vertical é mais alongada que a horizontal. As faces são hexagonais, sendo que a haste vertical é quadrangular na sua parte inicial, junto à plataforma que é o penedo.
Ao observarmos este Cruzeiro somos levados a concluir que se trata de um fenómeno de sacralização de um espaço pagão.
VIEIRA, Leonel - Os Cruzeiros de Lousada, U. Portucalense, 2004
O Cruzeiro Paroquial
Situa-se no topo poente do adro da Igreja matriz.
É propriedade da Igreja Católica.
Este interessante Cruzeiro foi construído em granito no longínquo ano de 1660.
Está em bom estado de conservação.
A cruz é latina e assenta no capitel.
A coluna é constituída pela base, pelo fuste circular e pelo capitel quadrangular. Entre o capitel e o fuste surge um colarinho e uma gola.
O pedestal é composto pela cornija, dado e soco. É no dado que se pode ler a data da construção.
A plataforma é quadrangular e tem três degraus.
O Cruzeiro do Cemitério
Está edificado no centro do Cemitério, sito no lugar da Igreja.
Este Cruzeiro é propriedade da Junta de Freguesia de Cristelos.
Construído em granito.
Desconhece-se a data da sua construção.
Está em bom estado de conservação.
A cruz é apontada e estriada, sendo as pontas em forma de diamante. A haste vertical é muito mais alongada que a horizontal.
A cruz assenta na base da coluna.
O pedestal é quadrangular com gorgeira e é constituído pela cornija, pelo dado e pelo soco.
A plataforma é quadrangular e tem dois degraus.
O Cruzeiro da Capela da Senhora da Conceição
Este Cruzeiro situa-se no topo nascente da Capela da Senhora da Conceição, sita no lugar do Souto.[3]
É um Cruzeiro de limite de Capela e pertence à Igreja Católica.
Construído em granito em data que se desconhece.
Está em razoável estado de conservação.
A cruz é circular, maçanetada e assenta no capitel.
O capitel é quadrangular e simples.
O fuste é circular.
O pedestal é bastante original. É formado pela cornija que parece uma mesa, pelo dado e pelo soco.
A plataforma é quadrangular e tem dois degraus.
VIEIRA, Leonel - Os Cruzeiros de Lousada, U. Portucalense, 2004
O Cruzeiro Processional
Edificado no meio do entroncamento e junto à estrada nacional Lousada/Paços de Ferreira, no lugar do Paço.
É propriedade da Igreja Católica.
Construído em granito a 17 de Fevereiro de 2002.
Está em muito bom estado de conservação.
A cruz é latina e assenta num globo.
O fuste assenta na base da coluna e é diminuído em parte, pois o primeiro terço inferior é quadrangular e simples.
O pedestal é composto pela cornija e pelo dado. Na face do dado está gravado um ornato em forma de losango.
A plataforma é quadrangular com um degrau de arestas vivas. À volta desta plataforma estão quatro pequenos pilares quadrangulares ligados por cadeados em ferro.
O Cruzeiro do Cemitério
Está edificado a meio do topo poente do Cemitério, sito no lugar do Monte do Senhor do Alívio.
É propriedade da Junta de Freguesia de Covas.
Construído em granito e em data que se desconhece.
Encontra-se em razoável estado de conservação.
O pedestal é composto pelo dado cúbico e pela cornija. A cruz macenetada assenta na cornija. A haste vertical é mais comprida que a horizontal. As faces das hastes têm incisões de vários desenhos, alguns deles geométricos.
A cornija mais parece um dado em ponto pequeno.
O Cruzeiro Paroquial da Capela da Senhora do Amparo
Situa-se a cem metros da Capela da Senhora do Amparo, lado poente, no lugar da Senhora do Amparo e num local sobranceiro a parte do Vale Mesio.
É propriedade da Igreja Católica
Construído em granito no ano de 1722, tal como a Via-Crusis.
Está em péssimo estado de conservação.
A cruz é latina, quadrangular e falta-lhe a parte superior da haste vertical.
Entre o capitel quadrangular e o fuste há um colarinho e uma gola.
A base e o fuste são circulares. O dado é cúbico.
A plataforma é quadrangular e tem três degraus.
O Cruzeiro Via-Crusis
Encontra-se no monte contíguo à Capela do Senhor do Alívio, lado poente.
É propriedade da Igreja Católica.
Construído em granito no ano de 1722.
Encontra-se parcialmente destruído.
O fuste quadrangular assenta na cornija do dado cúbico.
A parte superior da haste vertical está derrubada, tal como a haste horizontal, que se encontra aos pés do Cruzeiro
Poucos metros abaixo há outro Cruzeiro que está derrubado e que pertence à mesma Via-Crusis.
O Cruzeiro Via-Crusis
Localiza-se no interior de um pequeno jardim privado, no lugar de Casas Novas.
É propriedade da Igreja Católica.
Construído em granito no ano de 1722.
Encontra-se em razoável estado de conservação.
A cruz é quadrangular. A haste horizontal está danificada e é mais curta que a vertical. Esta última tem incisões. Na coluna além de incisões também podemos ver a data em que foi edificado.
O dado é cúbico e está praticamente soterrado.
O Cruzeiro Via-Crusis
Está situado no monte, a nascente da Capela da Senhora do Amparo de onde dista aproximadamente cem metros.
É propriedade da Igreja Católica.
Construído em granito no ano de 1722.
Encontra-se em bom estado de conservação.
Tem uma cruz macenetada, quadrangular e tem vários símbolos esculpidos (losangos, turquês, martelo, escada, olhos, desenhos geométricos). A haste vertical é muito mais alongada que a horizontal.
O fuste assenta num dado cúbico que tem na face palavras e números que não se conseguem decifrar.
A plataforma é quadrangular e tem um degrau que está praticamente soterrado.
Vieira, Leonel - Os Cruzeiros de Lousada, Universidade Portucalense, 2004
O Cruzeiro Paroquial
Edificado no meio de um alto e sobranceiro entroncamento, no lugar do Cruzeiro e aproximadamente a duzentos metros da Igreja matriz.[1]
Este belo Cruzeiro é propriedade da Igreja Católica.
Construído em granito.
Desconhece-se a data da sua construção.
Está em bom estado de conservação.
A cruz é ponteada.
O fuste é octogonal, assenta numa base e termina num capitel singelo.
O pedestal é constituído pela cornija e pelo dado cúbico. No dado há incisões indecifráveis.
A plataforma é quadrangular e tem três degraus.
O Cruzeiro do Cemitério
Situa-se a meio do muro do topo nascente do Cemitério, no lugar da Igreja.
É propriedade da Junta de Freguesia de Cernadelo.
Construído em granito.
Desconhece-se a data em que foi erigido.
Está em bom estado de conservação.
A cruz é oitavada, tem as arestas diminuídas e faz lembrar a cruz de Cristo.
O fuste é octogonal e assenta num dado quadrangular.
O Cruzeiro Paroquial
Ergue-se no Adro, mesmo em frente da Igreja matriz.
É propriedade da Igreja católica.
Construído em granito no ano de 1809.
Está em bom estado de conservação.
A cruz primitiva partiu-se. A actual é mais baixa cinquenta centímetros.
Trata-se de uma cruz vazia que tem incisões e assenta numa base.
O pedestal é composto pela cornija, pelo dado e pelo soco.
A plataforma é quadrangular e tem dois degraus.
Este Cruzeiro integra a via-crusis da freguesia.
O Cruzeiro do Cemitério
É um magnífico Cruzeiro. Encontra-se adossado a meio do muro no topo norte do Cemitério, sito no lugar da Igreja.
É propriedade da Junta de Freguesia de Casais. Construído em granito no ano de 1725.
Está em bom estado de conservação.
É um cruzeiro de crucifixo, com a imagem em granito de Cristo crucificado. A cruz é embolada e quadrangular na haste horizontal e latina e quadrangular na haste vertical. No topo da haste vertical estão gravadas as iniciais JNRJ. Na haste vertical estão esculpidos os ossos e a caveira em cruz – símbolos da morte.
O fuste assenta numa base octogonal.
O pedestal é composto pela cornija, pelo dado e pelo soco.
A plataforma é quadrangular e tem quatro degraus. Um dos degraus está praticamente soterrado.
Este Cruzeiro é exemplar único no concelho de Lousada.
O Cruzeiro da Capela de Santo António
Ergue-se no Adro da Capela de Santo António, sita no Lugar de Casais e a pouco mais de setecentos metros da Igreja matriz.
Este Cruzeiro integra a Via-Crusis de Casais.
É propriedade da Igreja Católica.
Construído em granito.
Desconhece-se a data da sua construção.
Está em bom estado de conservação.
A cruz é latina.
O capitel é quadrangular e muito simples.
O fuste assenta sobre o dado cúbico. O fuste é oitavado e diminuído, mas junto ao dado e ao capitel é quadrangular.
A plataforma é quadrangular e tem três degraus, sendo que um está totalmente soterrado.
A Via-Crusis
Esta via-crusis da Capela do Calvário ou do Calvário tem dez cruzeiros de via-sacra no adro da Capela da Nossa Senhora do Calvário e dois no caminho de acesso. Quanto aos outros dois, como atrás foi referido, um é o Cruzeiro sito junto à Capela de Santo António e o outro o que se encontra do Adro da Igreja. É neste último que se inicia a via-sacra.
Os doze últimos Cruzeiros da via-crusis são todos iguais. A cruz é latina, quadrangular e a haste vertical é mais alongada que a horizontal.
A cruz assenta num pequeno dado cúbico.
São propriedade da Igreja Católica.
Construídos em granito.
Desconhece-se a data da construção, mas em meados deste ano sofreram obras de restauro, por isso estão em bom estado de conservação.
Curiosamente, apesar da via-crusis terminar no lugar do Calvário, não tem calvário.
A freguesia de Caíde de Rei é das maiores do concelho, mas apenas tem um Cruzeiro, que se situa no lugar de Pereiras, a duzentos metros da Igreja matriz.
É um Cruzeiro Paroquial.
É propriedade da Igreja Católica.
Construído em granito no ano de 1940.
Está em bom estado de conservação.
A cruz duplamente aguçada assenta no capitel em forma de anel espalmado.
O fuste é circular.
O pedestal é formado pelo dado cúbico e pela cornija. É no dado que se pode ler a data da construção.
A plataforma é quadrangular e formada por dois degraus.
Cerca de trinta mil é o número de moinhos que existem em todo o território português: de vento e de água. No ano de 1962 existiam 2895 de vento e 31 903 de água. A verdade é que a maioria se encontra ao abandono e outros tantos em ruínas.
A década de sessenta e setenta do século vinte foi fatal para este tipo de património edificado, pois muitos foram aqueles que partiram «para a guerra colonial e outros emigraram, deixando os moinhos ao abandono. Com a industrialização, deixou de ser rentável. Foi o fim de uma estrutura produtiva», afirma Jorge Miranda, da Rede Portuguesa de Moinhos, ao Diário de Notícias de hoje. E o caminho mais correcto é recuperá-los para o turismo rural, fomentando projectos integrados de desenvolvimento entre autarquias e empresas, no sentido da sua salvaguarda, preservação, assim como dinamização cultural e interacção com o meio: as actuais gerações (e as vindouras) devem ter a noção do que é uma unidade moageira – um moinho. Por outro lado é um núcleo ou núcleos museológicos que são criados, emprestando ao concelho ou à região um valor acrescentado.
Lousada encerra inúmeros moinhos a merecer o olhar, a atenção de quem de direito, para que este belo património não desapareça, pelo contrário, renasça. No Vale de Sousa existem múltiplos exemplos deste milenar património a merecer a atenção de autarcas e outros responsáveis.
O património é memória colectiva: memória de todos, memória que urge cuidar e preservar. E os moinhos são património, logo memória, que urge cuidar, que urge preservar.
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